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Polícia

Irmão de Vanessa fala da dor e da espera por Justiça pela morte de jornalista

12 abril 2025 - 12h24Mídiamax

“Gostaríamos que não fosse verdade.” É assim que o irmão da jornalista Vanessa Ricarte, morta aos 42 anos pelo seu ex-noivo, o músico Caio Nascimento Pereira, relembra o dia 12 de fevereiro. Hoje, completam-se dois meses desde que a vítima foi brutalmente assassinada.

Vanessa foi esfaqueada no dia 12 de fevereiro, após procurar ajuda na  (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Caio disfarçou calma e disse aceitar o fim do relacionamento, mas o que veio em seguida foram as facadas que levaram Vanessa à morte.

Passados dois meses da fatalidade, a família Ricarte continua aprendendo a conviver com o luto diário. “Uma ferida que ficará exposta até o final da vida de cada um de nós, do meu pai, da minha mãe, minha e da sobrinha dela. Tentamos nos ‘agarrar’ nas boas recordações, para seguirmos”, disse o irmão de Vanessa, Walker Diógenes, ao Jornal Midiamax.

Todo dia 12 se torna um dia de lembranças pelo trágico acontecimento e sofrimento para a família. “É um dia que nos remete ao sofrimento, pelo qual gostaríamos que não fosse verdade. Apenas um pesadelo, que ao acordar veríamos que fora um susto. Mas não foi! Infelizmente”, relatou.

‘Justiça é uma caixinha de surpresas’

Questionados sobre a espera pela Justiça, Walker pontua que a Justiça é uma caixinha de surpresas. “Quanto à Justiça, essa é uma caixinha de surpresas, da qual esperamos que seja aplicada em todo o seu rigor. Mas, infelizmente, o sistema protege aqueles que agem como algozes”, afirmou.

‘Tratamento VIP’ para Caio na prisão

O feminicida, nesta semana, solicitou transferência da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, sob a alegação de ameaças e problemas de convivência.

Na visão de Walker Ricarte, Caio é egoísta, clamando por um “tratamento VIP” na prisão. “Ele é tão egoísta que não reflete sobre a dor pela qual fez Vanessa passar antes de dar seu suspiro final e a dor que causou em nossa família, que clama por um tratamento VIP. Não reflete que merece sofrer, não apenas pela Vanessa, mas pelas demais pessoas às quais causou sofrimento.”

O pedido foi realizado por videoconferência em 31 de março e atendido pelo defensor público Ronald Calixto Nunes, da 17ª  Criminal de .

Conforme o requerimento, Caio afirmou que “encontra-se enfrentando problemas de convivência no Estabelecimento Penal em que está detido, tendo em vista que tem sofrido ameaças por parte dos demais internos, por conta da ação penal que responde.”

Assim, deseja transferência para o Centro de Triagem Anizio Lima, ou qualquer outro presídio de Campo Grande que não seja o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como “.”

Relatório da Deam

O relatório final da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) aponta as manipulações que Vanessa viveu por parte de Caio. A jornalista não dirigia o próprio carro havia meses, já que Caio estava ‘cuidando’ de sua segurança. “Ele colocou sua vítima em uma bolha de amor e ela começou a se afastar de tudo e de todos. Começou a se abrir menos do seu relacionamento com os amigos e familiares. 

Vanessa marcou o seu casamento sem contar para ninguém, porque Caio a manipulou”, diz o relatório. Vanessa chegou a ter de prestar contas de seu dia a dia para Caio, que a controlava como forma de ‘amor’. O músico tinha um esboço da rotina completa da jornalista, que ainda era rastreada por Caio, para saber onde estava.

O músico era quem nos últimos meses respondia às mensagens de Vanessa para os amigos da jornalista. “Ninguém entra em um relacionamento abusivo por vontade própria, pois na maioria das vezes começa aparentando ser o ‘amor da vida’ e muitos questionamentos surgem no sentido de ‘fulana é tão inteligente e bonita aceita estar em um relacionamento assim?’ Justamente porque começa com cara de grande amor. Porém, CAIO NUNCA AMOU VANESSA! Ele fazia com ela uma enxurrada de manipulações”, fala o relatório.

A mãe de Vanessa, em seu depoimento na Deam, relatou a dependência emocional de Caio. Ela ainda relatou que não mantinha um bom relacionamento com Caio, pois ele apresentava um comportamento desagradável, com o notório intuito de controlar Vanessa.

Vanessa passou cinco dias em cárcere privado, sem se alimentar antes de sua morte, enquanto Caio usava cocaína, que a jornalista foi obrigada a comprar com seu dinheiro. Antes de ser assassinada a facadas ao retornar para sua casa, a jornalista passou a madrugada com seu carro estacionado em um mercado, onde tinha câmeras de segurança.

“Vanessa estava imersa em um ciclo de violência com fases alternadas entre tensão, agressão e lua-de-mel, quando o agressor se empenha em agradar, faz juras de amor (CARTAS DO CAIO apreendidas no Inquérito), ele disse que iria mudar, prometeu que foi a última vez. VANESSA estava tão debilitada emocionalmente que acredita no CAIO e não conseguiu sair desse ciclo”, diz o relatório. 

Feminicídio

A jornalista Vanessa Ricarte era servidora pública no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul). Ela foi esfaqueada três vezes na região do tórax e depois levada em estado gravíssimo à Santa Casa, onde veio a óbito.

No dia do crime, o feminicida disfarçou calma e disse que aceitava o fim do relacionamento. Mas o que veio a seguir foram facadas desferidas contra Vanessa. Vanessa tinha voltado da delegacia, onde foi buscar a medida protetiva contra Caio, que não recebeu a intimação a tempo, quando se deparou com o músico na residência. A jornalista estava na companhia de um amigo e foi ao local para buscar seus pertences.

Na madrugada do dia da morte de Vanessa, ela foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), acompanhada de um amigo, para registrar um boletim de ocorrência por agressão contra Caio e pedir medida protetiva.

No período da tarde, ela foi até sua casa, acompanhada do mesmo amigo, para pegar seus pertences. Chegando à residência, ela foi esfaqueada por Caio. O caso ganhou repercussão após áudios gravados por Vanessa horas antes de morrer apontarem descaso e erros no atendimento que ela recebeu quando procurou ajuda na Casa da Mulher Brasileira.

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