Estudo do MapBiomas revela perda de 61% da água no Pantanal em 2024
21 MAR 2025 • POR Danielly Carvalho • 13h38
Os dados divulgados nesta sexta-feira (21) pelo MapBiomas apontam que o Pantanal foi o bioma com a maior perda de superfície de água em 2024, registrando uma redução de 61% em relação à média histórica. Durante todos os meses do ano, a região apresentou níveis abaixo do esperado, impactada por secas prolongadas e incêndios florestais. Desde a última cheia, em 2018, a situação vem se agravando.
A capital do Pantanal, no Mato Grosso do Sul, foi o município mais afetado, perdendo quase 260 mil hectares de superfície de água, o equivalente a 95% da redução registrada no estado.
Para o coordenador técnico do MapBiomas, Juliano Schirmbeck, a situação é preocupante e exige atenção imediata. “Os números são alarmantes. Se essa tendência continuar, a fauna, a economia local e até o abastecimento de água estarão em risco”, alertou.
Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estados que compartilham o Pantanal, também registraram quedas expressivas. Mato Grosso perdeu 291 mil hectares de superfície de água em 2024, uma redução de 34%, enquanto Mato Grosso do Sul perdeu 275 mil hectares, o que representa uma queda de 33%.
A bacia do Rio Paraguai, essencial para o equilíbrio hídrico do Pantanal, perdeu 571 mil hectares de superfície de água em relação à média histórica, uma redução de 43%. “A seca extrema aumentou a incidência e a propagação dos incêndios, tornando o cenário ainda mais crítico”, explicou Eduardo Rosa, da equipe do MapBiomas Água.
O relatório do MapBiomas também mostra que, enquanto biomas como a Caatinga e o Cerrado tiveram aumento na superfície de água devido à construção de reservatórios, o Pantanal e a Amazônia sofreram quedas drásticas. “Precisamos de estratégias urgentes para proteger o Pantanal. O uso descontrolado da terra e as mudanças climáticas estão acelerando esse processo de degradação”, destacou Schirmbeck.*Com informações do MapBiomas.
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