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Com marco na tradição, primeira comitiva de gado Angus cruza de Aquidauana a Corumbá

O gado, que foi criado na região de Aquidauana, tem como destino Corumbá, onde será utilizado para reprodução, como matriz

22 JAN 2025 • POR O Pantaneiro • 12h51
Serão cerca de 40 dias de viagem pelo Pantanal. - Foto: Jairton Costa/O Pantaneiro

Há nove dias, Pantaleão Flores, mais conhecido em Aquidauana como Panta, está à frente de uma nova comitiva que está realizando uma viagem inédita no Estado: o transporte de 1.350 cabeças de gado Angus de Aquidauana a Corumbá, um percurso que deve durar cerca de 40 dias. O gado, que foi criado na região de Aquidauana, tem como destino Corumbá, onde será utilizado para reprodução, como matriz.

Embora o transporte de gado normalmente seja feito por caminhões, as condições de acesso e a necessidade de cuidados com a raça levaram Pantaleão a optar pela comitiva. "Serão cerca de 30 a 40 dias de viagem. Saímos de Aquidauana, passando por Rio Negro, Rio Verde, Coxim e Corumbá".

Panta descreve que o gado Angus exige mais atenção, então, andamos nas horas mais frescas do dia. "Partimos mais cedo, fazemos uma parada para descanso por volta das 10h e seguimos a viagem às 14h", explica Pantaleão, que destaca as diferenças dessa raça para o Nelore, mais comum na região.

A raça Angus, originária da Europa, é mais dócil e caminha menos do que o Nelore, exigindo mais tempo para percorrer o mesmo trajeto. "O Angus anda cerca de 5h por dia, enquanto o Nelore percorre 4h. É uma raça mais cara e com abate mais cedo, por volta de 15 meses", acrescenta o comerciante.

Raça Angus, da Europa, cruza o Pantanal. Foto: Jairton Costa/O Pantaneiro

Com 50 anos de experiência, Pantaleão, conhecido como Panta, já acompanhou diversas comitivas, mas essa é a primeira com o gado Angus. "Trabalho com comitiva desde os 15 anos, ajudando meu pai. Aos 21, larguei os estudos para me dedicar a esse trabalho e hoje digo que não existe vida melhor que essa", conta, com orgulho da tradição pantaneira.

O fotógrafo Jairton Costa tem registrado a jornada, capturando imagens da rotina da comitiva. Apesar da familiaridade com o trabalho, ele observa que esta experiência tem sido diferente devido às características do gado Angus, o que tem gerado um novo aprendizado para todos os envolvidos.

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