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Briga por motivo fútil e perseguição antecederam homicídio na Cervejaria

8 JAN 2025 • POR Gesiane S. Lourenço • 09h48
Família dos acusados afirma que eles não estavam armados e apresentam fotos com marcas de tiros que teriam sido disparados pela vítima e seus acompanhantes. - Foto: Enviado ao Capital do Pantanal

O relato de familiares dos acusados pelo homicídio de Wellington Xavier Castelo, de 41 anos, no dia 1° de Janeiro, no bairro Cervejaria, em Corumbá (MS), revela detalhes sobre uma briga entre vizinhos que já se arrastava por anos, motivada por uma discussão de bar, envolvendo um simples jogo de sinuca. Temendo represarias, os familiares dos envolvidos pediram pelo direito de se manterem no anonimato.

Luiz Rafael da Costa Pereira, Alex da Costa Conceição e Jonilson Nunes Lopes, apontados como acusados, são primos e vizinhos, eles moram de frente para a família da vítima, Wellington Xavier Castelo, morto a tiros no dia 1º de janeiro. De acordo com a versão dos fatos apresentada ao Capital do Pantanal pelos familiares dos acusados, foram anos de perseguição, provocações e agressões até o fatídico dia do homicídio. Luiz e Alex se entregaram à polícia nesta terça-feira, 07, já Jonilson, continua foragido.

Segundo familiares, tudo teve inicio com uma briga de bar, anos atrás, durante um jogo de sinuca com a participação dos envolvidos e da vítima. "A partir dessa briga, toda vez que eles se encontravam dava confusão. Seja onde fosse, dava briga. Era uma situação insuportável", diz a fonte anônima. 

A parente relata que toda a família sofria agressões físicas e verbais, "a vítima e seus parentes provocavam até conseguirem uma briga com agressões que sobrava para idosos, mulheres e até crianças. O avó de um dos envolvidos chegou a ficar cego de um olho devido uma pedrada deles, uma tia teve o braço quebrado e o Luiz Rafael perdeu o movimento de um dos braços por conta de um tiro que levou deles", relata.

Na versão da familia, não houve emboscada, caso de traição ou invasão na casa da vítima. "Não tem como eles terem invadido a casa do falecido, porque para isso eles teriam que passar pela casa do vizinho de trás, que é protegida por concertina e um cachorro muito grande. Não foi emboscada, nem 'trairagem', o Wellington veio até aqui para provocar e agredir nossa família. Foram as pessoas que estavam com ele que atiraram, os acusados não estavam armados, eles não atiraram.". 

A pessoa diz que não faz ideia de onde veio o tiro que matou a vítima, mas afirma que na família dos acusados ninguém tem arma. "Apesar deles já terem sido presos no passado, atualmente estavam trabalhando, o Alex e o Jonilson têm carteira assinada e o Luiz Rafael tinha uma marmitaria que fechou faz pouco tempo, ele é cozinheiro e faz faculdade de gastronomia, já faz tempo que ele não se envolvia em mais nada errado", relata. 

A Redação do Capital do Pantanal recebeu fotos que mostram marcas e perfurações de tiros nas paredes da casa de um dos acusados. De acordo com a testemunha, naquele dia, Wellington estava acompanhado por três primos mais "uma gurizada de gangue". No mesmo dia, eles teriam se envolvido em uma briga com outro vizinho e teriam agredido pelo menos duas pessoas na casa, um homem e uma mulher.

De acordo com a parente, no momento em que a confusão começou, estavam presentes somente o Luiz Rafael, o Jonilson e um rapaz menor de idade, que não teria qualquer envolvimento na briga. Dias antes do homicídio, a Polícia Militar chegou a ser acionada por conta de uma briga entre os envolvidos, em vídeo apresentado pela familiar, é possível ver os policiais conversando com a família dos acusados e Wellington aparece ao fundo, bastante nervoso, com sinais de embriaguez. Assista ao vídeo.

Após o crime, a fonte afirma que a família continua sendo perseguida e ameaçada pelos familiares da vítima. A pessoa afirma que durante todos os anos que antecederam o crime, eles procuraram a polícia e chegaram a registrar boletim de ocorrência contra eles, mas isso nunca foi suficiente para parar com a perseguição. A família afirma já ter acionado o Ministério Público para acompanhar a investigação.

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