Devolvida ao Pantanal, onça Miranda segue sendo monitorada por sinal de GPS
Onça passou por 43 dias de tratamento para curar as graves queimaduras nas patas
30 SET 2024 • POR Gesiane S. Lourenço • 09h28A onça pintada que recebeu o nome de Miranda, resgatada no dia 15 de agosto no Pantanal sul-mato-grossense, agora está livre em uma área de refúgio ecológico no município que deu nome ao animal, a 220 km de Corumbá. Com mais de 53 mil hectares de extensão, o local oferece as condições ideais para que a onça-pintada se readapte ao ambiente após passar por 43 dias de tratamento intensivo.
Antes de ser devolvido ao Pantanal, o felino passou pela última bateria de exames e curativos no Hospital Veterinário Ayty. Em seguida retornou ao seu habitat natural através de uma operação complexa que envolveu médicos veterinários e biólogos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e CRAS, além da equipe do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), PMA (Polícia Militar Ambiental), e outros profissionais parceiros.
"A soltura da onça Miranda cela um trabalho que começou em 2020, quando o Gretap foi instituído, e homologado em 2021. Mostra o sucesso da conexão entre as instituições. A gente vem aprimorando metodologias de busca e salvamento de animais silvestres e de reabilitação, e também de técnicas de reintrodução e monitoramento desses animais. É uma grande alegria ver esse animal reintroduzido e a importância dos diferentes profissionais e instituições que constituem o grupo. A soltura da Miranda, de volta na região de captura dela, prova que estamos no caminho certo", afirmou a bióloga e veterinária, Paula Helena Santa Rita, representante da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) no Gretap.
Miranda recebeu um colar VHF e os dados de GPS serão utilizados para manter o animal sob monitoramento. Além disso, os profissionais do Onçafari manterão visitas presenciais no campo para avaliá-la diretamente no ambiente natural.
Miranda tornou-se um símbolo de resiliência e esperança não apenas pela sua recuperação física, mas pela trajetória que representa a luta pela preservação da fauna brasileira. O recinto, onde ela permaneceu durante o tratamento, foi adaptado para proporcionar as melhores condições possíveis de reabilitação, garantindo seu conforto e segurança.
"Miranda é uma jovem onça-pintada, com grande potencial reprodutivo, o que nos traz esperanças de que ela possa, no futuro, contribuir para a continuidade da espécie no Pantanal", disse a veterinária Aline Duarte, gestora do hospital e coordenadora do CRAS. A veterinária explicou ainda que as onças são mães dedicadas, e Miranda pode gerar aproximadamente dez filhotes ao longo de sua vida, desempenhando um papel crucial na preservação da biodiversidade local.
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