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Ministra Simone Tebet fala sobre sobre a Rota Bioceânica com estudantes do IFMS

28 SET 2024 • POR Assessoria, IFMS • 10h43
Na palestra, ministra abordou as oportunidades que se abrem com o corredor comercial. - Foto:

A palestra 'Rota Bioceânica: Perspectivas e Oportunidades para o Desenvolvimento Regional', com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, aconteceu no Campus Campo Grande do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), nesta sexta-feira, 27 de setembro.

O corredor comercial, também conhecido como Rota Bioceânica de Capricórnio, ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, gerando possibilidades de desenvolvimento para o Brasil e Mato Grosso do Sul, especificamente.

Estiveram presentes no evento a reitora Elaine Cassiano e o diretor-geral do Campus Campo Grande, Dejahyr Lopes Junior, além de outros gestores da instituição, servidores, estudantes e comunidade externa.

A ministra tem percorrido instituições de ensino para falar sobre o tema. No IFMS, estava acompanhada do secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), João Villaverde.

A respeito da rota, Simone explicou que cabe ao Ministério construir o projeto ouvindo todos os países envolvidos e secretários de Fazenda e Planejamento dos estados, além de setores interessados. Após essa escuta, a Rota Bioceânica será homologada e, a partir daí, as instituições de ensino serão imprescindíveis para formar profissionais qualificados.

"Os institutos federais, e no caso aqui o IFMS, são fundamentais no processo. É hora de colocar a mão na massa, ver quais são as potencialidades e as demandas diante disso. Nós precisamos de gente para trabalhar com qualidade. Estamos entrando numa era quase de pleno emprego no Brasil, onde o que vai imperar é realmente a pessoa estar preparada, até para que não diminua o avanço e o crescimento do desenvolvimento".

A ministra ressaltou que o papel das instituições de ensino vai além da qualificação dos futuros trabalhadores do país.

"A participação dos institutos e universidades federais nos ajuda a ter um planejamento estratégico em todas as áreas. O que envolve mais do que qualificar o jovem, envolve também direcionar os setores produtivos. São as instituições de ensino que farão isso para a demanda que será gerada no futuro, nos setores de turismo, comércio, agro indústria, para que possamos trazer valor agregado ao produto nas exportações. Isso traz dinheiro para os estados, traz emprego mais qualificado e mais remunerado. Sem mão de obra, sem essa juventude, o projeto é estéril, e vai ficar eternamente inacabado".

Simone enfatizou a importância da participação do Instituto na UniRILA (Rede Universitária da Rota de Integração Latino Americana), junto a outras universidades, cujo debate tem foco nos impactos da construção da rota.

Para Elaine Cassiano, a vinda da ministra ao IFMS destaca o papel essencial das instituições de ensino na capacitação de profissionais para atender às demandas que um projeto como a Rota Bioceânica gera para a população dos estados participantes.

"Apenas com a formação de capital humano a Rota Bioceânica atingirá seu pleno potencial. O IFMS exerce um papel crucial na preparação de jovens e trabalhadores, abrindo caminho para as oportunidades que essa nova fronteira de desenvolvimento proporciona, fortalecendo os arranjos produtivos regionais e a integração com outros países".

A egressa do IFMS Kimbherlly Silva disse que a palestra "abriu a mente" sobre o tema. Foto: Max Júnior Arantes

Público

A palestra ocorreu no miniauditório do Campus Campo Grande. Muitos estudantes estiveram presentes e puderam conhecer a ministra, tirar dúvidas e saber mais sobre a rota.

A estudante Camila Mendonça, 18, ficou satisfeita com o que ouviu.

"Eu não conhecia muito sobre as rotas bioceânicas, e foi ótimo, pude também relembrar muita coisa, e estou muito feliz porque é a área em que eu quero trabalhar", comentou.

A egressa do técnico integrado em Mecânica, Kimbherlly Silva, 19, foi integrante de um projeto de pesquisa enquanto estudava no IFMS a respeito das perspectivas econômicas para mulheres empreendedoras em Mato Grosso do Sul. A agora acadêmica de Administração acredita que a palestra complementou o conhecimento que já tinha sobre o tema.

Isso porque Simone Tebet tratou não só da Rota Bioceânica de Capricórnio, que passa por Mato Grosso do Sul, mas também sobre todas as cinco rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano.

"Achei perfeito o jeito que a ministra abordou a temática, porque ela não falou só do nosso estado, mas também sobre as outras rotas, e isso abriu a minha mente, já que impacta muito todo o nosso país".

O evento teve transmissão ao vivo pelo canal do IFMS no YouTube e contou com apresentações musicais, incluindo o Coral do Campus Campo Grande. 

Rota

O Corredor Bioceânico e a Ferrovia Bioceânica são projetos da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), que visam interligar os litorais dos oceanos Atlântico e Pacífico no Cone Sul da América do Sul.

O corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros liga os dois maiores oceanos do planeta: do Atlântico, pelo porto de Santos (SP), ao Pacífico, pelos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina.

Entre as vantagens estão a redução nos dias de transporte, encurtando distância e tempo para as exportações e importações brasileiras entre mercados potenciais na Ásia, Oceania e Costa Oeste dos Estados Unidos; e a integração da América do Sul com quatro países integrantes da rota Bioceânica (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile).

Além disso, a rota tem potencial de transformar Mato Grosso do Sul em um hub logístico, um centro de distribuição de mercadorias.

A previsão é de que a obra física da Rota Bioceânica seja concluída até o final de 2026. De acordo com a ministra, uma "perna" de cada rota - são cinco no total - vai começar a operar a partir daí.

Saiba mais na página da Rota Bioceânica - Mato Grosso do Sul.

Ministra

Natural de Três Lagoas (MS), Simone Tebet é advogada e foi professora universitária de Direito. 

Começou a vida pública há mais de duas décadas como deputada estadual por Mato Grosso do Sul. Em 2004, foi a primeira mulher eleita prefeita de sua cidade natal, cargo para o qual foi reeleita em 2008. Também foi vice-governadora e secretária de Governo de Estado. Entre 2015 e 2022, foi senadora por MS.

Em janeiro de 2023, passou a ocupar o cargo ministra do Planejamento e Orçamento do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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