Cartilha esclarece as diferentes formas de abuso contra a mulher no trabalho
26 SET 2024 • POR Gesiane S. Lourenço • 09h30A cartilha "O ABC da violência contra a mulher no trabalho" será distribuída em todo o país, são 7 mil exemplares direcionados para empresas e sindicatos para instruir trabalhadores. Em Mato Grosso do Sul a distribuição da cartilha começou em ação de conscientização no Hospital Auxiliadora, no município de Três Lagoas. O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) também foi uma das instituições impactadas com o recebimento de 3.780 exemplares que serão distribuídos em todos os campi do estado.
A cartilha, elaborada pelo Grupo de Trabalho de Gênero (GT-Gênero) da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades (Coordigualdade) do MPT, é um recurso didático que detalha as diferentes formas de violência sofridas pelas mulheres, desde o assédio moral e sexual até práticas de discriminação mais sutis. O material se inspira em leis como a Lei Maria da Penha e ressalta que a violência contra a mulher no ambiente de trabalho não é apenas física, mas também psicológica, patrimonial e moral, sendo frequentemente ignorada ou subestimada.
Uma ferramenta de combate à violência
A procuradora do Trabalho Juliana Beraldo Mafra, titular da Coordigualdade em Mato Grosso do Sul, reforçou a importância da cartilha para a conscientização de todos os atores sociais. “Esta cartilha é uma ferramenta muito útil na luta pela erradicação da violência de gênero no ambiente de trabalho. O material esclarece que as agressões contra a mulher não se limitam à violência física. Formas como assédio moral, sexual e discriminação também são frequentes, mas, muitas vezes, silenciadas. O nosso papel é garantir que esses temas sejam amplamente discutidos e que as empresas e trabalhadores tomem medidas concretas para combater essas práticas abusivas.”
Desafios enfrentados no ambiente de trabalho
Conforme abordado na cartilha, as mulheres continuam a lidar com obstáculos significativos no mercado de trabalho, pois são alvos constantes de discriminação e assédio. A publicação revela que, além das agressões verbais e físicas, questões como o mansplaining (quando homens explicam coisas óbvias para mulheres), bropriating (apropriação de ideias de mulheres por colegas homens) e o assédio sexual são práticas recorrentes que afetam não só o bem-estar psicológico das trabalhadoras, mas também a sua produtividade e oportunidades de crescimento profissional.
A professora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) em Dourados, Rozana Carvalho Pereira, é a idealizadora do projeto "Nada Justifica", que há seis anos promove debates entre estudantes e convidados sobre temas como violência contra a mulher, vulnerabilidades e empoderamento feminino. "A Cartilha 'ABC da Violência Contra a Mulher no Trabalho', distribuída para os 10 campi do IFMS, é um importante apoio às nossas ações e discussões. Ela apresenta temas muito atuais e de fácil entendimento, sendo um excelente instrumento de consulta e aprendizado para os nossos estudantes", asseverou a professora. O projeto "Nada Justifica" faz parte do calendário acadêmico do campus de Campo Grande e tem ganhado relevância no combate à violência de gênero dentro do ambiente escolar.
Cartilha disponível digitalmente
Para ampliar o alcance das informações, o MPT-MS disponibilizou a versão digital da cartilha, permitindo que o público em geral tenha acesso aos conceitos e orientações fundamentais para o enfrentamento da violência de gênero no ambiente de trabalho. O material pode ser acessado gratuitamente no link ABC da Violência contra a Mulher no Trabalho.
*Informações do MPT
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