Geral

Exposição da Marinha no Bioparque Pantanal fortalece mentalidade marítima e fluvial

21 SET 2024 • POR Agência Marinha de Notícias • 10h15
Cerca de 1.600 visitantes de todos os estados brasileiros e de outros países visitam, diariamente, o Bioparque Pantanal e a exposição da Marinha. - Foto: Cabo-TE Benites

A Marinha do Brasil (MB) está com uma exposição no Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS), apresentando um acervo de peças históricas, um mostruário de itens utilizados nas atividades marinheiras, além de orientações sobre como ingressar na Força. Considerado o maior circuito de aquários de água doce do mundo, o espaço ocupa uma área de 21 mil m² e recebe, em média, 1.630 visitantes diariamente. 

A exposição da MB é resultado de um Acordo de Cooperação Técnico-Científica entre o Comando do 6º Distrito Naval (Com6ºDN) e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo principal é promover a cooperação e o intercâmbio técnico-científico, educacional e cultural. 

Inaugurada há pouco mais de um ano, em julho de 2023, a exposição naval, coordenada pelo Comando do 6 º Distrato Naval, tem como objetivo fomentar as mentalidades marítima e fluvial, destacando a relevância das águas interiores, da Amazônia Azul, do Programa Antártico Brasileiro e da atuação da MB para o progresso do País. 

“O Bioparque Pantanal busca sensibilizar os visitantes sobre as riquezas ligadas à ciência, economia e meio ambiente, além de reforçar a importância da preservação dos patrimônios naturais e estratégicos do Brasil. A Marinha do Brasil também desempenha esse papel. Nossas responsabilidades vão além da proteção das águas territoriais, e essa parceria nos permite promover, de forma conjunta, a conscientização sobre a importância dos recursos naturais, que são essenciais não apenas para a defesa, mas também para o futuro sustentável do País”, destaca o Comandante do 6º Distrito Naval, Contra-Almirante Alexandre Amendoeira Nunes.

O número de visitantes que já passou pelo Bioparque Pantanal deve, em breve, ultrapassar a marca de um milhão, considerando que, até a primeira quinzena de setembro, cerca de 920 mil pessoas conheceram o espaço, dedicado à promoção da educação ambiental, pesquisa, conservação, inovação, inclusão, lazer e cultura. Desse total, o complexo de aquários, inaugurado em março de 2022, já recebeu turistas de todos os estados brasileiros e de 129 países. 

“A exposição permite ao público uma conexão direta com a riqueza cultural e tecnológica das embarcações que marcaram época, a relevância de suas conquistas e desafios enfrentados, a compreensão do papel fundamental da Marinha na segurança e preservação dos rios e mares, além de ampliar ao público o acesso a informações sobre esses esforços por meio da popularização da ciência”, explica a Diretora-Geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri Mariano de Souza.

Valderei Beltrão Mendes é de Catalão-GO e, em visita com a filha ao Bioparque Pantanal, surpreendeu-se com a exposição da MB. “Achei muito interessante a experiência de poder tocar nas peças e usar acessórios, tirar fotos e poder compartilhar isso. Muitas vezes, pensamos que não podemos ter esse tipo de contato com militares, mas aqui foi diferente. Estou encantada com o que vi aqui, o trabalho de você é muito lindo”, afirmou.

Exposição reúne peças históricas, mostruário de itens utilizados em atividades marinheiras e orientações de como ingressar na Marinha. Foto: Cabo-TE Benites

Exposição da MB reforça compromisso com acessibilidade no Bioparque 

O programa “Bioparque para Todos – Iguais na Diferença” proporciona uma experiência única, com um atendimento humanizado, acessível e inclusivo, garantindo a participação de todos, independentemente de suas características físicas ou intelectuais. A Marinha do Brasil, por sua vez, reforça esse compromisso com a inclusão ao permitir que os visitantes interajam diretamente com seu acervo, composto por peças históricas e itens do cotidiano militar. Isso torna o conhecimento sobre as atividades navais mais acessível e abrangente a todos os públicos.

Para a Coordenadora de Acessibilidade do Bioparque Pantanal, Beatriz Marques Lunardi, o espaço da Marinha, atualmente localizado ao final do circuito de aquários, oferece importante contribuição durante as visitas guiadas para pessoas com deficiência, especialmente autistas. “Muitas delas, crianças e adultos, apresentam hiperfoco, e o contato físico com o material bélico, o uniforme e os equipamentos chama a atenção, ajudando inclusive na regulação sensorial, especialmente se estiverem um pouco nervosas. Em museus, muitas vezes, não consideram a importância da questão tátil, que é necessária, também, para pessoas cegas”, pontua.

Ainda segundo a Coordenadora, “a exposição da Marinha interage com diversos públicos, o que nos traz conforto durante as visitas guiadas. Sentimos que o espaço realmente cumpre seu papel de ser inclusivo, e isso é muito gratificante. Nossos visitantes ficam felizes ao usar acessórios de marinheiros, pegar no timão, no telégrafo, e se sentirem como Comandantes de navios. Tudo isso contribui para o nosso trabalho de acessibilidade”, acrescenta.

O Contra-Almirante Amendoeira conheceu de perto toda a estrutura do Bioparque e conferiu o trabalho da MB no local. Foto: Ascom/Bioparque Pantanal

Expedições Técnico-Científicas 

Além da divulgação e do fomento das mentalidades marítima e fluvial, o Acordo de Cooperação Técnico-Científica entre a MB e o Governo de MS prevê o apoio técnico, logístico e operacional dos meios navais aos pesquisadores e servidores públicos do Bioparque Pantanal. O objetivo é viabilizar a promoção de ações e projetos técnicos, científicos, tecnológicos, educacionais e sociais. 

“No Bioparque partilhamos do lema 'Conhecer para conservar', onde buscamos, por meio de trabalho em campo, coletar o maior número de informações para subsidiar os trabalhos de pesquisa, conservação e bem-estar animal realizados no Bioparque. E projetos e expedições em locais complexos só se tornam possíveis em razão de parcerias como a que temos firmada com a Marinha do Brasil”, reforça Maria Fernanda Balestieri.

A primeira expedição aconteceu em dezembro de 2023, com pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados, da Universidade de Brasília e do Bioparque Pantanal. Durante cinco dias, os pesquisadores embarcaram na Agência Escola Flutuante “Esperança do Pantanal”, meio subordinado à Capitania Fluvial do Pantanal, para coleta de animais e plantas que se tornaram objetos de pesquisa e povoamento dos tanques do Bioparque.

Em junho deste ano, foi a vez do Navio-Transporte Fluvial “Almirante Leverger”, meio do Comando da Flotilha de Mato Grosso, apoiar a expedição. O destino dos pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, da Universidade Federal da Grande Dourados, da Universidade Federal do Pará e da Universidade McGill (Montreal, Canadá) foram as regiões do Paraguai-Mirim e da Serra do Amolar, no Pantanal sul-mato-grossense. Durante uma semana, os pesquisadores exploraram a biodiversidade do bioma, que abriga uma vasta gama de espécies de plantas, animais e microrganismos. 

Receba as notícias no seu Whatsapp. Clique aqui para seguir o Canal do Capital do Pantanal.