Fábrica de fertilizantes em Corumbá está fora do planejamento da Petrobras
4 SET 2024 • POR Súzan Benites e Alicia Miyashiro, Correio do Estado • 11h03O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em ocasiões distintas que negocia com o governo boliviano a instalação de uma fábrica de fertilizantes na fronteira entre Corumbá e Porto Quijarro (Bolívia). Segundo ele, essa indústria faz parte do plano nacional para reduzir a dependência do Brasil da importação de fertilizantes. Porém, de acordo com levantamentos, não há, para os próximos anos, nenhum investimento em novas plantas previsto pela Petrobras.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, a estatal está focada exclusivamente na reativação de plantas já construídas que estão atualmente hibernadas. O objetivo da Petrobras é retomar a operação dessas unidades, sem planos de expandir sua capacidade produtiva com novas fábricas.
As primeiras informações sobre a fábrica em Corumbá foram divulgadas em nota do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que detalhou um encontro do ministro Carlos Fávaro com os ministros bolivianos de Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina Ortiz, e do Desenvolvimento Rural e Terras, Remy Gonzalez, em outubro do ano passado.
Já em julho deste ano, antes da última visita do presidente ao Estado, Lula voltou a falar sobre o assunto. A afirmação foi feita durante encontro com o presidente boliviano Luis Arce, na Bolívia, em visita oficial a Santa Cruz de La Sierra.
“A Bolívia segue sendo o principal fornecedor de gás natural no Brasil. Conversamos sobre a possibilidade de ampliar investimentos nessa área e incrementar o volume exportado para o mercado brasileiro. O Brasil também importa fertilizantes da Bolívia, queremos fortalecer essa parceria com a implantação de uma fábrica de nitrogenados entre Corumbá e Porto Quijarro”, disse o presidente Lula na ocasião.
O governo brasileiro vê a Bolívia como um parceiro estratégico na busca pela independência na produção de fertilizantes, com a meta de diminuir a dependência externa.
O secretário-executivo do Mapa, Irajá Lacerda, destacou que essa cooperação é fundamental para reduzir a atual dependência do Brasil, que hoje importa cerca de 90% dos fertilizantes que utiliza.
“Com essa cooperação, vamos implementar indústrias de fertilizantes tanto na Bolívia quanto no Brasil,” afirmou.
No País, o principal nutriente aplicado é o potássio, seguido por fósforo e nitrogênio, destacou a nota do ministério.
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