Operação Pantanal completa 3 meses com atuação em diversas regiões do Pantanal

Da fase de planejamento até a atual de combate aos incêndios florestais em Corumbá e grande região, a Operação Pantanal 2024 completou 90 dias neste domingo, 30 de junho. Bombeiros, militares da Marinha do Brasil, homens da Força Nacional e brigadistas operam incessantemente por terra, água e ar, aplicando as estratégias traçadas de combate e prevenção, para defender e proteger o Pantanal e todas as regiões do Estado de Mato Grosso do Sul da ação devastadora do fogo.

De acordo com os Bombeiros, o foco de maior preocupação neste momento está localizado na região de Bodoquena, a sudeste de Corumbá, próximo ao Retiro Margarida e Fazenda BRPec. Devido às variações drásticas na direção do vento, as chamas ultrapassaram o aceiro ao redor e avançaram sentido a área do Buraco das Piranhas, ao sul da BR 262. Equipes atuaram na área durante todo o final de semana e o foco foi novamente controlado com on uso de novos aceiros e da linha de defesa que havia sido feita durante a última semana. Militares estão no local redefinindo as estratégias, e iniciaram o emprego da técnica de contra-fogo a partir da MS 325. O combate segue sendo realizado por nove bombeiros que atuam junto as equipes da Força Nacional, com 16 militares. A aeronave AirTractor está sendo utilizada neste combate.

Na região do Rio Abobral, no sábado, 29 de junho, devido às alterações na direção do vento, o foco proveniente do lado norte invadiu o lado sul do rio, se alastrando rapidamente. O fogo contornou a área que os militares combatiam. Duas guarnições de Bombeiros combateram o fogo durante toda a noite, e com auxílio de maquinários conseguiram controlar as chamas na linha do aceiro. As equipes seguem no combate. Todos os esforços estão sendo empenhados para evitar que o fogo ultrapasse a linha de defesa.

Ao norte do Rio Abobral, na região da Nhecolândia, próximo ao Rio Taquari, uma frente de fogo, que estava sendo controlada por duas guarnições, com apoio dos fazendeiros locais, ganhou força devido às fortes rajadas de vento no local. O fogo se espalhou por várias áreas de fazendas. As guarnições combateram durante toda a noite, e ainda seguem no combate, utilizando maquinários para confeccionar aceiros. A aeronave KC390 da Força Aérea Brasileira apoiou o combate junto às equipes em solo.

Ao norte de Corumbá, no Porto Sucuri, um foco de incêndio que se propagou abruptamente de sábado (29) para domingo (30), se alastrou para o morro. No início da manhã, duas equipes que atuaram em pontos distintos da área se locomoveram para a região. Foi realizado o combate das frentes de fogo e o rescaldo. Apesar de ser um local de difícil progressão, os demais focos na linha do aceiro também foram controlados. As equipes seguem realizando monitoramento. Nesta região, 20 militares, sendo sete do Corpo der Bombeiros de MS e 13 da Força Nacional estão em atuação. Dos 13 militares da Força Nacional, quatro estão compondo uma guarnição que está no Rancho Taquaral, na Baía do Castello, fazendo a proteção de residências na região. 

As regiões de Maracangalha, Tamengo, Porto Rabicho e BR 262, próximo da ponte do Rio Paraguai, seguem sendo monitoradas pela Sala de Situações em Campo Grande (MS). No momento existem quatro áreas de combate ativo: a sudeste de Corumbá; na região de Bodoquena e Buraco das Piranhas; na região do Rio Abobral; ao norte do Rio Abobral próximo ao Rio Taquari; e na região de morraria do Porto Sucuri.

A aeronave Airtractor dos Bombeiros realizou dois sobrevoos de monitoramento na região de Bodoquena, nas proximidades do Retiro Margarida, a fim de verificar a existência de foco de incêndio. As quatro aeronaves Airtractor do ICMBio atuaram em combate juntamente com a equipe do PrevFogo na região do Paraguai Mirim. A aeronave KC390 da Força Aérea Brasileira, com capacidade de carga de 12 mil litros de água, atuou em conjunto com equipes em solo, efetuando quatro lançamentos de água sobre as áreas de combate ao incêndio florestal, ao norte do Rio Abobral.

Continua em vigência a observação na área do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, localizado no município de Naviraí (MS), feita pela Sala de Situações em Campo Grande (MS). O IMASUL e o CBMMS continuam monitorando a região em conjunto.

Contingente

Neste final de semana, 79 bombeiros militares atuaram no Pantanal. Deste total, 53 integraram as equipes de combate em solo, quatro do Grupamento de Operações Aéreas, 22 no Sistema de Comando de Incidentes (SCI) distribuídos em Campo Grande (MS) e Corumbá (MS), além dos oficiais que estão direcionando a Operação.

O reforço segue com 80 militares da Força Nacional, 14 agentes do IBAMA, três do ICMBio, 20 fuzileiros navais, quatro policiais militares, e também brigadistas do PrevFogo que são acionados esporadicamente. Neste domingo, 15 equipes de combate ao fogo atuaram concentradas no entorno de Corumbá (MS), com apoio das aeronaves do Governo do Estado e também das fornecidas pelo Governo Federal.

Frota

Atualmente, a Operação Pantanal 2024 conta com uma frota composta por cinco aeronaves Air Tractor, sendo uma do CBMMS e outras quatro do ICMBio, dois helicópteros da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA), um helicóptero do IBAMA, dois helicópteros “Pantera” e um helicóptero “Cougar” do Exército Brasileiro, uma aeronave KC390 da Força Aérea Brasileira, além de quatro caminhões de combate a incêndio, 16 caminhonetes do CBMMS e 10 caminhonetes da Força Nacional, todas equipadas com kit pick-up, mochilas costais, sopradores e equipamentos de proteção individual.

Condições climáticas

O Corpo de Bombeiros destaca que a queda na temperatura durante este domingo, 30 de junho, manteve ventos fortes, predominantemente na direção sudoeste, com rajadas acima de 30 km/h. A previsão de precipitações de chuva nos próximos dias não apresenta um índice considerável.

Os Bombeiros orientam aos cidadãos que caso se deparem com fumaças em rodovias e estradas, acionem o Corpo de Bombeiros Militar pelo número 193 (chamada gratuita), e redobrem a atenção. Se a visibilidade estiver comprometida, o ideal é esperar em local seguro e não cruzar ou passar pela fumaça, para evitar acidentes.

Locais onde os focos foram extintos permanecem sendo monitorados constantemente, com uso de Drones e pela Sala de Situações em Campo Grande (MS). 

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