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Movimento LGBTQIAP+ poderia ser ainda maior em Corumbá, diz Hellen Kadory

28 JUN 2024 • POR Gesiane S. Lourenço • 09h38
Hellen é engajada no movimento e organizadora da Parada da Cidadania e Show da Diversidade em Campo Grande e Corumbá. - Foto: Arquivo Pessoal

Nesta sexta-feira, 28 de junho, dia em que se celebra o Orgulho LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, trans, queer, interssexuais, assexuais e pansexuais), o Capital do Pantanal conversa com a Hellen Kadory, integrante da organização das Paradas da Cidadania e Show da Diversidade em Campo Grande e Corumbá. Para Hellen, Corumbá obteve avanços na causa, porém devido a grande proporção da comunidade na região, essas conquistas poderiam ser ainda maiores. 

"Eu vejo que ainda falta união entre a própria população LGBTQIAP+ de Corumbá. Os avanços é resultado do esforço de pessoas ícones engajadas no movimento, que fazem a diferença e dão visibilidade à causa", explica Hellen. 

A organizadora destaca que a falta de apoio do poder público também é um ponto que ainda precisa melhorar. "Em Campo Grande, vencemos muitos desafios até consolidar a Parada como é hoje. Neste ano realizaremos a 21º edição da Parada na Capital, que acontece no mês de julho, lá, ao longo dos anos, conseguimos conquistar o respeito de diversos setores. A rede de hotéis e restaurantes, por exemplo, oferece descontos durante os dias da Parada e o Governo do Estado é um grande apoiador do evento", diz.

Hellen reforça que Corumbá ainda caminha na construção do seu movimento e precisa expandir a luta da causa para toda a população, "as pessoas e os empresários precisam entender e aceitar que os eventos  LGBTQIAP+, como a Parada, não é um Carnaval fora de época, trata-se de uma manifestação para que tenhamos acesso aos nossos direitos, que são garantidos na Constituição".

Neste ano, quando seria realizada a 3º edição da Parada da Cidadania e Show da Diversidade em Corumbá, a organização decidiu por suspender a realização. "Ano eleitoral é sempre muito complicado para realizar eventos desse porte, os patrocínios e apoios do poder público se tornam mais dificultosos, então decidimos aguardar e nos reestruturarmos para 2025".

Hellen diz sonhar com o dia em que o caráter não será medido pela orientação sexual. Foto: Arquivo Pessoal

Sobre a luta continua por respeito, Helen acredita que infelizmente o fim do preconceito é uma utopia, algo que permanece no desejo coletivo e que não será extinto. "Meu grande sonho é desmistificar a crença de que os integrantes da comunidade  LGBTQIAP+ sejam sinônimos de prostituição. Quero um dia viver o momento em que as portas do mercado de trabalho não estejam fechadas para nós e que o nosso caráter e responsabilidade não sejam medidos por nossa orientação sexual", declara.

Por fim, Hellen encerra sua fala parabenizando a realização do Jogo da Diversidade, que acontece no dia 21 de julho, no Poliesportivo, em Corumbá. "Esse evento é de grande valor para a comunidade, Tati Amorim é uma das que me representam nessa luta, ela é responsável por grande parte do avanço que o movimento já conquistou em Corumbá. Fica aqui o convite para que todos possam participar do Jogo da Diversidade, e aqueles que tiverem a oportunidade, serão muito bem recebidos na 21ª Parada da Diversidade em Campo Grande". 

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