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Evento em Corumbá contribui com sugestões para carta da COP30

27 JUN 2024 • POR Gesiane S. Lourenço • 15h39
Evento com três dias de duração reuniu ambientalistas, políticos, acadêmicos e representantes da sociedade para discutir o tema. - Foto: Divulgação

Encerrado nesta quarta-feira, 26 de junho, no Centro de Convenções de Corumbá, a etapa Pantanal - Diálogos sobre o Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, reuniu ambientalistas, autoridades, políticos, acadêmicos, representantes dos povos indígenas e assentados da região. 

A iniciativa é do Departamento de Articulação, Fomento e Educação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o Comitê Científico sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (Icomos-BR), que através de palestras e oficinas realizadas puderam reunir dados e sugestões que integrarão a carta que será apresentada na COP30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), em 2025, com alternativas para o cenário do patrimônio cultural e os principais efeitos das mudanças climáticas na região.

Para Luana Campos, professora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e integrante do Comitê Científico sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Icomos-BR, a realização do evento foi bastante propícia devido a crítica situação de incêndios florestais enfrentada pelo Pantanal atualmente. 

Seu Sbastião, mestre curureiro, contribuiu com as discussões. Foto: Divulgação

Durante os três dias de evento, além da fala de pesquisadores, acadêmicos e instituições ligadas ao meio ambiente, foi possível através de oficinas, debater os impactos das mudanças climáticas no patrimônio cultural da cidade. 

"No primeiro dia, os participantes elegeram bens do patrimônio material, imaterial e natural que representam o Pantanal. Foram apontados: as feiras livres, os festejos, a viola de cocho, os aterros indígenas, os sítios arqueológicos, áreas urbanas históricos e a alimentação tradicional. No segundo dia, eles debateram os perigos das mudanças climáticas, sendo apontado os riscos das cheias e da seca. No terceiro dia, os grupos formularam alternativas que buscam uma soluação para os riscos apontados", explica a professora. 

A questão da vulnerabilidade, envolvendo o poder aquisitivo das pessoas, a má gestão e o pouco conhecimento foram apontados como pontos negativos pelos participantes. Entre as preocupações elencadas estão o risco de desaparecimento dos patrimônios, morte e a descaracterização dos bens e valores da região. 

Grupos elaboraram propostas para mitigar os riscos das mudanças climáticas ao patrimônio cultral de Corumbá. Foto; Divulgação

No último dia do evento, os participantes levantaram propostas e sugestões para evitar e mitigar os impactos das mudanças climáticas no patrimônio cultural da cidade. Essas alternativas serão trabalhadas e compiladas na carta que será entregue na COP30, em 2025. 

Luana Campos destaca que uma das discussões mais latentes diz respeito à cobertura verde das áreas históricas da cidade. "Com o tempo elas são removidas ou deterioradas e não são repostas. Outro ponto abordado foi a preservação do conhecimento tradicional à respeito dos bens apontados, seja na prática agrícola ou na segurança alimentar", detalha Luana, que ainda considera que as propostas elaboradas pelos participantes estão bastante diversificadas, o que é apontado como um ponto positivo pela integrante do Comitê Científico sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Icomos-BR. 

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