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Além do IFMS, UFMS também tem servidores em greve a partir de hoje

3 ABR 2024 • POR Cassia Modena, Idaicy Solano e Clara Farias, CG News • 10h34
Cerca de 100 técnicos administrativos e professores se concentram neste momento na Praça do Rádio, na Capital. - Foto: Idaicy Solano

Esta quarta-feira (3) começou com servidores da educação federal de Mato Grosso do Sul em greve. Por esse motivo, o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estão funcionando parcialmente, com algumas aulas e atividades administrativas suspensas. 

IFMS e UFMS possuem dez campi cada, na Capital e no interior. Conforme informaram os comandos de greve centrais e locais, sete da primeira e também sete da segunda instituição registram adesão total ou parcial hoje.

Parte dos servidores administrativos e professores de Campo Grande que estão em greve se reúne na Praça do Rádio, nesta manhã, para se manifestar sobre as reivindicações. Cerca de 100 pessoas estão no local.

O que eles querem

Os grevistas se unem ao movimento nacional. Pedem principalmente a reestruturação das carreiras no serviço público e recomposição dos salários não reajustados há 10 anos, segundo o assistente administrativo da UFMS e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da universidade e do IFMS, Lucival Alves dos Santos.

"Nossa recomposição salarial já está defasada em mais de 30%. Nós fizemos a proposta, mandamos para o Governo Federal, mas até agora não tivemos a resposta", relata. 

Sobre como estão os salários atualmente, Lucival exemplifica que o técnico administrativo começa ganhando R$ 1,4 mil. O da classe D, que precisa ser graduado, recebe inicialmente 0,8% a mais que o salário-base. "Dentro da nossa carreira, nós somos o menor salário dentro do serviço público. E é muito pouco em relação ao mercado de trabalho", contesta.

Técnica administrativa do IFMS e presidente do Sinasefe/MS (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Shirley Araújo explica que o pedido é de recomposição salarial pelo menos de 10% em 2024, 10% em 2025 e 10% em 2026.

Ela argumenta que houve muitos cortes ao longo da última década e que é irrisório o que o Governo Federal já ofereceu aos servidores no período. 

Presidente do Sinasefe/MS, Shirley Araújo, destaca que houveram muitos cortes na última década. Foto: Idaicy Solano

"O governo apresenta lá alguns benefícios, mas é uma coisa tão irrisória que chega a ser ofensivo. Só para você ter uma ideia, agora que eles estão sinalizando a melhoria do vale-alimentação. Até dois meses atrás, ele era de R$ 460. Mas, em termos de reestruturação da carreira, em termos de reposição salarial e de resgate do poder aquisitivo do servidor público federal, isso ele simplesmente não arreda o pé. E nós não estamos pedindo muita coisa, não", descreve Shirley. 

Até quando?

A greve segue por tempo indeterminado.

O movimento poderá ampliar ou reduzir ao longo dos dias, segundo informaram os sindicalistas à reportagem. É esperada que uma negociação ocorra em Brasília (DF) na sexta-feira (5) junto a representantes do Governo Federal. 

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