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Religiosos pedem retratação à site da capital por desrespeito à Iemanjá

23 FEV 2024 • POR Gesiane Sousa • 10h17
Matéria jornalística, veiculada nesta quinta-feira, foi considerada ato de intolerância religiosa por representantes das religiões de matrizes africanas em Corumbá. - Foto: Reprodução/Midiamax

Matéria veiculada nesta quinta-feira (22), pelo site Midimax, de Campo Grande, não agradou em nada os religiosos e representantes dos terreiros de umbanda e candomblé de Corumbá. No texto, o jornalista narra um possível ato sexual entre casal que se banhava nas águas do rio Paraguai e, menciona que os dois poderiam estar praticando sexo em plena luz do dia e ao ar livre, para serem abençoados por Iemanjá, orixá consagrada como a rainha das águas e associada a fertilidade feminina. 

Os religiosos caracterizam a conotação do jornalista como desrespeitosa. Em contato com o Capital do Pantanal, eles afirmam que incluir a orixá neste contexto é considerado intolerância religiosa. Crime, que pela Lei brasileira pode gerar detenção de um mês a um ano ou multa. 

Presidente da tenda espírita São José, do terreiro de Pai Amilton de Xangô, no bairro Universitário, em Corumbá, Milton Costa afirma ter ficado perplexado. "É uma afronta ele comparar o ato sexual a uma oferenda para Iemanjá. Talvez ele não conheça o Santo ou talvez quisesse chamar atenção, mas chamou atenção de forma errada. Ele afrontou as religiões de matrizes africanas e nós vamos ao extremo", destaca Milton, que confirma já estar reunindo outros representantes religiosos da cidade para além da retratação pública, acionarem a justiça.

"Isso não pode ficar assim, isso não pode ser assim, ele não teve respeito pelas regiligiões de matrizes africanas. Precisamos lutar e defender nossas descendências e religiosidade", afirma Milton ao Capital do Pantanal.

Outro representante da religião, que também se posiciona em protesto a matéria veiculada é Pai Robson, Babalorixá com mais de 40 anos de sacerdócio. Para ele, o jornalista não foi profissional e falhou ao incluir Iemanjá no texto, que ao ser publicado na internet toma proporções mundiais. 

"Tratar Imanjá, uma orixá considerada matriarca nas religiões de matrizes africanas, da forma como ele mencionou no texto é desmerecer nossa religião. Não é porque algo acontece nas águas no rio, que se torna oferenda ou homenagem à Iemanjá. Representei Corumbá em Brasília, à convite da ministra Niele Franco, em ato pedindo respeito aos Povos de Matrizes Africanas e já estou em contato com o ministério, também vamos ao Ministério Público. Exigimos respeito!.", afirma Pai Robson.

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