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Greve na Bolívia completa 10 dias e fronteira segue fechada

31 OUT 2022 • POR Gesiane Sousa • 09h12
Dirigentes da greve se reúnem hoje para definir os próximos passos do Paro Cívico. - Capital do Pantanal

"A situação na fronteira continua complicada", disse Manuel Pérez, Presidente do Comité Cívico de Puerto Suárez, nesta segunda-feira (31) ao Capital do Pantanal, dia em que o Paro Cívico completa 10 dias na Bolívia. Os ânimos continuam esquentados entre os manifestantes e o diálogo com o governo parece ter 'atolado' em divergências. 

Para Manuel Pérez é inaceitável que o departamentos de Santa Cruz passe por mais um ano sem ter os repasses públicos revisados. "Vamos manter a pressão sobre o governo para que o Censo seja aplicado em 2023, principalmente pelos municípios pequenos como o nosso, o Puerto Quijarro não tem dignidade, não tem serviço sanitário. O governo não aceita porque com o resultado de um novo Censo, o partido do MAS se arriscaria perder a maioria parlamentária que tem atualmente", explica.

Com o Censo sendo realizado em 2023, o governo tem por obrigação revisar a divisão de verbas e aumentar a fatia para o departamento de Santa Cruz, que ao longo dos anos teve a população aumentada com a migração de bolivianos de outras regiões. 

Capital do Pantanal · Fala de Manuel Pérez, Presidente do Comité Cívico de Puerto Suárez sobre o Paro Cívico na Bolívia

 

Os dois homens presos em 23 de outubro ainda não foram libertados. Rubem Mario Flores e Jaime Algarañaz são cusados pelo governo de terem participado do ato de fechamento da fronteira em 21 de outubro, quando o funcionário mucicipal  Julio Pablo Taborga foi morto, porém de acordo com o Comitê Cívico, a acusação é infundada e a prisão trata-se na verdade de um sequestro. Um dos detidos, Rubem Mario Flores, se recuperava de um infarto recente, o que não lhe possibilitaria condições de participar do ato.