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Manifestação reúne 4 mil pessoas na fronteira com a Bolívia

25 OUT 2022 • POR Gesiane Sousa • 08h02
Além da antecipação do Censo para 2023, a manifestação pede a liberdade dos dois homens presos no domingo (23). - Capital do Pantanal

O bloqueio da fronteira entre Corumbá e Puerto Quijarro, na Bolívia, completa quatro dias hoje (25). Nesta segunda-feira (24) cerca de 4 mil pessoas que apoiam o movimento do Comitê Cívico da província Germán Busch se reuniram na fronteira em manifestação. 

O ato pede a antecipação do Censo Demográfico até junho de 2023 e a liberdade dos dois homens detidos pelo governo no domingo (23). Rubem Mario Flores e Jaime Algarañaz são cusados pelo governo de terem participado do ato de fechamento da fronteira na última sexta-feira (21), quando o funcionário mucicipal  Julio Pablo Taborga foi morto, porém de acordo com o Comitê Cívico, a acusação é infundada e a prisão trata-se na verdade de um sequestro. Um dos detidos, Rubem Mario Flores, se recupera de um infarto recente, o que não lhe possibilitaria condições de participar do ato, porém mesmo assim foi levado preso. 

População levava cartazes pedindo por justiça e liberdade para o povo. Foto: Capital do Pantanal

Esse é o terceiro 'Paro Cívico' realizado na Bolívia exigindo a antecipação do Censo. O primeiro ocorreu em julho e o segundo em agosto. Os manifestantes apontam a extrema necessidade de retratar a realidade populacional das regiões para que os repasses de verba pública sejem mais justos. 

A última contagem oficial foi realizada em 2012, quando Santa Cruz tinha 2 milhões de habitantes, porém de lá para cá, a população cresceu com a migração de pessoas de outras cidades e departamentos da Bolívia, porém o repasse da verba pública é o mesmo. Com o novo censo sendo realizado, o governo é obrigado a atualizar os investimentos.

Com a fronteira fechada, a exportação de produtos pelo trecho fica prejudicada, já que de acordo com a Alfândega Federal Brasileira, cerca de 85% das exportações do Centro-Oeste brasileiro passam por Corumbá.