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Tribunal Eleitoral nega habeas corpus a Marquinhos Trad

23 SET 2022 • POR Eduardo Miranda do Correio do Estado • 10h36
Ex-prefeito da Capital e candidato ao governo quer depor apenas depois das eleições, mas teve pedido ao TRE negado; resta agora recorrer à Justiça Comum. - Arquivo

O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) negou pedido de habeas corpus preventivo ingressado na noite desta quinta-feira (22) pelo ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD).  

Ele pedia ao tribunal que cessasse os efeitos de coação da intimação da Polícia Civil assinada por ele na tarde do mesmo dia, em Dourados, para prestar depoimento na manhã desta sexta-feira (23), no inquérito em que é acusado de assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição.   

A intimação ocorreu na tarde de ontem, em Dourados, quando o ex-prefeito cumpria agenda de campanha. Ao receber a intimação, o prefeito queixou-se de receber o documento com menos de 24 horas da data do depoimento e alegou que nesta sexta-feira teria agenda de campanha na cidade de Três Lagoas.   

No mesmo pedido manuscrito feito no mandado de intimação, Marquinhos ainda pediu para ser ouvido pela delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Maíra Pacheco Machado, somente depois das eleições. O primeiro turno ocorrerá no dia 2 de outubro.   

Para reforçar o pedido de Marquinhos Trad, na noite de ontem, a defesa do candidato ao governo de Mato Grosso do Sul ingressou na Justiça Eleitoral com um pedido de habeas corpus preventivo, reforçando para que o depoimento ocorra somente depois das eleições, no entanto, teve a solicitação negada.   

Entre as argumentações utilizadas pelos advogados eleitorais de Marquinhos Trad está a iminência de o candidato ter seu direito político cerceado, pedindo para que a Justiça Eleitoral cesse o ato coator, cujo foro é o da Justiça Comum.   

O pedido, porém, foi negado pelo juiz relator do TRE-MS, Wagner Mansur Saad, que afirmou que a argumentação da defesa de Marquinhos tinha carácter especulativo e que a investigação da Polícia Civil não decorre de nenhuma conduta relacionada com o tema eleitoral.   

Anteontem, após entrevista ao Correio do Estado, Marquinhos Trad já havia reclamado da coincidência de prazos com a reta final do inquérito contra ele e das eleições. “Eu vou te dizer uma coisa, a pressa é inimiga da perfeição. Por que essa pressa? Mais uma vez mostra que é algo político. Não há por que haver pressa em um inquérito que está sendo esfacelado”, disse Marquinhos Trad. 

Também nesta semana, outras três mulheres que se queixam de supostos assédios sexuais e tentativa de estupro praticados pelo ex-prefeito foram retiradas da investigação a mando da Justiça, que atendeu ao pedido da defesa de Marquinhos.  

Ainda restam, porém, mulheres que alegam terem sido assediadas e estupradas pelo ex-prefeito e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.   

O ex-prefeito é acusado pelas mulheres de ter oferecido empregos em troca de sexo. Uma delas afirma que Trad tentou fazer sexo à força com ela no banheiro do gabinete da prefeitura, razão pela qual é suspeito de tentativa de estupro. Marquinhos e a defesa falam em armação política.