Advogada presa em operação da PF é acusada de repassar ordens de líder do PCC preso em MS
11 AGO 2022 • POR CG News • 10h06A advogada Kássia Regina Brianez Trulha de Assis, de 41 anos, que foi presa em Três Lagoas, durante ação da Polícia Federal, deflagrada na manhã de ontem (10), repassava ordem de presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) a faccionados na rua, conforme as investigações. Ela deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (11).
A operação Anjos da Guarda foi desencadeada para frustrar plano de resgate de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) de penitenciárias federais de Brasília e Porto Velho. No total, foram alvos de ordens de prisão preventiva quatro advogadas e sete líderes da facção, seis deles já custodiados. Em Mato Grosso do Sul, foram cumpridos o mandado de prisão contra a advogada e dois de busca e apreensão em Campo Grande e Três Lagoas.
Conforme as investigações, Kássia ouvia presos da facção, dentro dos presídios, para que as mensagens pudessem ser compreendidas e repassadas a Devanir de Lima Moreira, conhecido como “Irmão Erê'', um dos chefes da facção que está foragido. Natural de Campo Grande, ele é apontado como um dos principais responsáveis pela elaboração do plano de fuga dos detentos.
Segundo a PF, Kássia comunicou-se com Devanir pelo menos três vezes, por intermédio de um sobrinho. Em um desses encontros, ela pegou um telefone celular com chip boliviano e o repassou para a advogada Patrícia Laiane da Conceição Sales, em Brasília, para que, segundo a PF, fosse utilizado exclusivamente a fim de tratar desse plano criminoso, conforme informações do site G1 Brasília. Os outros advogados presos são de São Paulo e Brasília.
Entre os detentos que seriam resgatados estão lideranças da facção como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, e Valdeci Alves dos Santos, o Colorido. Valdeci, era um dos mais procurados chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital) do país. Ele foi preso em abril deste ano em operação que contou com a apoio da polícia de Ponta Porã.
Ontem, a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) informou, por meio de nota, que está acompanhando as investigações decorrentes da denominada Operação Anjos da Guarda, na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão cautelar em desfavor de advogados do Estado.
A reportagem tentou contato com o telefone que aparece na internet do escritório em que Kássia atuava, mas a ligação não deu certo.