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PMA deflagra Operação Bocaiúva contra o tráfico de animais em MS

10 AGO 2022 • POR Gesiane Sousa • 08h27
O principal foco da operação é a repressão ao tráfico de papagaio, animal mais cobiçado pelos traficantes em MS. - Divulgação/PMA

Com o início da reprodução do papagaio e demais psitacídeos e várias outras espécies de aves neste mês de agosto, a Polícia Militar Ambiental pelo quarto ano consecutivo, deflagra hoje (10), às 8h, a operação Bocaiúva. No período reprodutivo dos psitacídeos (papagaio, arara, periquitos, maritacas, etc.), o Batalhão realiza a operação contra o tráfico de animais silvestres, especialmente o papagaio, que é o animal mais procurado pelos traficantes em Mato Grosso do Sul. 

A “Operação Bocaiúva” envolverá principalmente Policiais das subunidades da PMA localizadas nas regiões mais afetada, que receberão reforços, no intuito principal de evitar a retirada dos filhotes dos ninhos, tendo em vista, que depois da retirada das aves, mesmo quando se apreendem os animais, os danos à natureza são incalculáveis e os custos financeiros, para cuidar dos bichos até a reintrodução envolvem muito dinheiro público. 

Principal região do tráfico e período preocupante 

As regiões com maior incidência de tráfico de papagaio são os municípios próximos às divisas com os estados de São Paulo e Paraná, como: Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Três Lagoas e Brasilândia, além de Naviraí, Itaquiraí, Eldorado e Mundo Novo. Todos são monitorados. 

Além dos trabalhos de inteligência realizados pelas Seções de Inteligência das subunidades, principalmente mantendo vigilância as pessoas já detidas por envolvimento no tráfico, as equipes serão distribuídas em propriedades rurais, assentamentos, com vigilância e orientações, bem como bloqueios em rodovias e estradas vicinais. Também, trabalhos de informação e de Educação Ambiental serão realizados em áreas rurais, porque o modus operandi principal dos traficantes é de aliciamento dos sitiantes e funcionários de propriedades rurais e assentados, para que retirem os animais e os avisem para que os comprem. Muitas pessoas fazem isto, às vezes, sem saber que estão cometendo crime ambiental. 

Equipes realziam bloqueios em rodovias e estradas vicinais. Foto: Divulgação/PMA

Além disso, outros órgãos de segurança, como, outras Unidades da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal, principalmente da região com maior índice do tráfico, serão alertados para atentarem ao problema neste período e apoiarem a operação durante suas operações. 

Resultados das três últimas operações 

A operação deste ano continua em razão dos resultados positivos na prevenção ocorridos nas operações anteriores, quando houve redução dos papagaios apreendidos, 180 em 2019 e apenas sete papagaios em 2020, uma redução de 94%, apesar de a mesma quantidade de traficantes presos. Em 2021 houve um aumento, quando foram apreendidos 223 papagaios, porém, em uma única prisão com um casal paranaense e, mesmo assim, abaixo da média de anos anteriores à operação. 

Isso indica que os infratores estão sendo detidos sem que consigam retirar grande quantidade de animais. Além disso, não foram registradas apreensões no estado de São Paulo de animais, para onde eles são destinados com mais frequência, saídos do Mato Grosso do Sul, diferentemente de outros anos. 

Nesta operação, com objetivo principal a evitar a retirada de filhotes, ninhos são monitorados e as saídas do Estado são fechadas com bloqueios, especialmente, as saídas para o estado de São Paulo, que é o destino principal registrado dos filhotes de papagaios traficados em Mato Grosso do Sul. O período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres, pois é o período reprodutivo dos papagaios que é o animal mais traficado no Estado. 

Problemas do tráfico de animais silvestres 

O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio. 

Como o que interessa ao comprador na espécie, é a capacidade que ela tem de aprender a imitar a voz humana, a retirada só é realizada enquanto filhote. Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado de Mato Grosso do Sul, pois é o período reprodutivo dos papagaios, que é o animal mais traficado no Estado. 

Por isso, neste período, operações preventivas nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes são fundamentais. Também é importante a vigilância a traficantes presos em anos anteriores. Bloqueios são importantes também nas saídas do estado, pois evitam que traficantes de fora e locais sintam-se tentados a praticar o crime. 

 

 

* Com informações da Assessoria de Imprensa da PMA