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Pequena Maria foi adotada e agora tem família que a ama

15 JUL 2022 • POR Lucia Morel, Campo Grande News • 08h15
O caso dela ficou conhecido em 10 de maio, quando o Tribunal de Justiça divulgou que buscava quem a adotasse. - Arquivo, Capital do Pantanal

A pequena Maria, que foi personagem de uma longa jornada pela adoção, conseguiu finalmente quem a acolhesse e apesar de ainda enfrentar muitos problemas de saúde, agora, tem que cuide dela de perto e com amor.  

O juiz responsável pelo caso, Maurício Miglioranzi informou que a menina teve alta após a adoção, mas acabou retornando à hospitalização. Os cuidados com a saúde devem ser frequentes e a família que a adotou sabe disso.  

“Esse casal não demonstrou ressalvas pelo quadro de saúde de Maria, pois o maior desejo deles era torná-la sua filha. Desde então, o casal acompanha a criança em sua rotina, zelando pelo o seu crescimento e fornecendo amor incondicional”, destacou com alegria. O magistrado disse ainda que “a família disse que não gostaria que a adoção obtivesse os olhos da mídia”.  

O caso da pequena Maria ficou conhecido em 10 de maio, quando o Tribunal de Justiça divulgou que estava atrás de quem pudesse adotá-la. Na época, informou que a mãe biológica faleceu sem ter passado por nenhuma consulta de pré-natal e com isso, a bebê nasceu com graves problemas de saúde. Já o restante de sua família não apresentava condições de assumir o cuidado.  

A busca ativa teve milhares de interessados, mas que declinavam da adoção em face do quadro de saúde sensível da criança, que tem grau de deficiência intelectual, além de má-formações e doenças congênitas.  

“Externamente, a criança atenderia o perfil mais buscado pelos habilitados para adoção, pois se tratava de uma bebê recém-nascida do gênero feminino. Porém diante da gravidade do seu estado de saúde, ocorreram sucessivas negativas”, comentou Miglioranzi, que comemora o fato de que “dentre os interessados, surgiu um casal disposto a se tornarem pais de Maria. Após avaliação, foram considerados aptos a assumir a responsabilidade sobre a bebê”.  

Ele lembra, entretanto, que ainda existem muitas “Marias” aguardando por uma família que queira adotá-las. 

"Não se deve esquecer que a adoção não é um meio para encontrar o filho idealizado, mas o filho real, e é muito mais que uma atitude de afeto e de solidariedade, mas uma demonstração do desejo de se tornar pai e mãe, independentemente da origem da criança e do adolescente”.  

“A Maria de Corumbá encontrou a sua família, porém muitas crianças podem não ter a mesma oportunidade em razão dos critérios exigidos por pretendentes à adoção. A limitação no perfil dificulta não só a adoção de crianças e adolescentes com necessidades específicas de saúde ou com deficiências, mas também de grupos de irmãos, inter-raciais e de crianças maiores ou de adolescentes”.  

A pedido da família, magistrado não informou se o casal é de Mato Grosso do Sul ou de fora do Estado.