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Paro Nacional: travessia entre Brasil e Bolívia só é permitida a pé

10 NOV 2021 • POR Gesiane Sousa • 09h49
Caminhões despejaram areia na fronteira da Bolívia com Corumbá para impedir a passagem de veículos. - Capital do Pantanal

Este é o terceiro dia de greve nacional na Bolívia. As cidades estão desertas com pontos de bloqueio nas principais vias de passagem e o comércio continua de portas fechadas. A fronteira entre a Bolívia e Corumbá, que está fechada desde o início dos protestos, nesta quarta-feira, 10 de novembro, recebeu caminhões de areia para impedir o tráfego de veículos, a passagem só é possível à pe´. 

O Paro Cívico Nacional foi convocado por setores sindicais e transportadores e teve inicio nesta segunda-feira, 8 de novembro, pedindo pela anulação de vários decretos de ordem financeira e também o controle de bens.  Protestantes continuam acampados na estrada bioceânica, em Roboré, onde carros e caminhões aguardam por horas até que os manifestantes permitem um intervalo rápido. 

A polícia tenta diminuir a foça do protesto, mas até o momento não há indício de desistência por porte do movimento. Vídeo divulgado pela página Roboré News, no facebook, mostra excesso de força por parte dos policiais, que chegou a apontar uma arma para jovem em bicicleta, que não representava nenhum risco nas ruas da capital Santa Cruz. 

 

Exceso de fuerza En Santa Cruz, un uniformado apuntó con su arma a un joven montado en su bicicleta.

Posted by Roboré News on Wednesday, November 10, 2021

 

As estradas fechadas implicam negativamente na economia, que escoa produtos para importação através das rodovias e fronteiras. E é justamente esse é o ponto que o protesto tenta atingir para obter o que almeja.  Atingindo a economia, protestantes tentam chamar a atenção do governo para ceder quando a Lei 1.386 de 22 de outubro de 2021, que faz parte da "Estratégia Nacional de Combate à Legitimação de Lucros Ilícitos e Financiamento do Terrorismo". De um lado, o governo defende que a lei previne e combate a legitimação de lucros ilícitos que possam gerar efeitos negativos sobre a estabilidade econômica e a reputação da Bolívia. Do outro, sindicatos e transportadores acusam o governo usar a lei como forma de perseguição.