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Queimadas destruíram mais de 5 mil hectares do Pantanal de Corumbá em 72 horas

24 JUL 2020 • POR Gesiane Sousa com informações do Climatempo • 07h57
Fumaça tem invadido o perímetro urbano de Corumbá e prejudicado a saúde dos moradores. - Divulgação Bombeiros

A previsão de chuva para próximos dias em Corumbá é muito baixa, segundo o Centro de Monitoramento, uma frente fria se aproxima da cidade na próxima semana, porém a chuva não vem no pacote. Ventos são esperados para este fim de semana e isso pode pior ainda mais o cenário de destruição da mata nativa, que já teve 5.500 hectares da região do Pássaro Negro, destruídos em apenas 72 horas.

Bombeiros de Corumbá contam com o apoio de militares vindos dos municípios de Jardim e Aquidauana, além de agentes do PrevFogo/Ibama. São mais de 20 homens distribuídos pelos focos de incêndio, que tem resistido a ação de combate e provocado grande volume de fumaça. A pouca distância dos focos de incêndio do perímetro urbano, menos de 50 quilômetros, tem facilitado a propagação da fumaça pela cidade. Corumbá está cinza.

Imagens captadas pelo satélite meteorológico Terra/MODIS operado pela NASA mostraram nesta quinta-feira, 23 de julho, dois grandes grupos de focos de fogo: além de Corumbá, a cidade de Cáceres (MT) também tem sofrido com as queimadas.

A análise do bioma como um todo mostrou que o Pantanal acumulou 3682 focos de foco de 1 de janeiro a 23 de julho de  2020, o que representa um aumento de 201% em um ano. No mesmo período em 2019. Pelo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Corumbá acumulou 2507 focos de fogo desde o início de 2020, a maior quantidade de focos .

O ranking dos 10 municípios com maior quantidade de focos de fogo em 2020 (INPE), até o dia 23 de julho é composto quase que somente por municípios de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso.

O ranking dos estados brasileiros com maior número de focos de fogo é liderado por Mato Grosso e seguido por Mato Grosso do Sul. A tabela feita pelo sistema de monitoramento de queimadas do INPE mostra a quantidade de focos de 1 de janeiro até o dia 23 de julho de 2020.

Vídeo enviado pelos Bombeiros a redação do Site Capital do Pantanal mostra a realidade do combate a queimada no Pantanal. Há fogo alto e grande quantidade de mumaça.

Pouca Chuva

O mês de junho está sendo com predomínio de tempo seco e quente sobre todo o Centro-Oeste do Brasil. A Região lidera o ranking de queimadas no Brasil em 2020, com 13373 focos entre 1 de janeiro a 23 de julho, 20% a mais do que no mesmo períodos do ano passado.

A falta de chuva em julho é comum no Centro-Oeste, bem como em todo o inverno e em parte do outono e até no começo da primavera. O período úmido é o verão, mas que este ano, em particular na região do Pantanal, foi de pouca chuva.

A chuva do verão é fundamental para refazer as reservas de água do Pantanal. Sem ela, a vegetação fica ressecada precocemente, o que colabora para um eventual alastramento de focos de fogo.

Previsão

Uma frente fria avança sobre o Pantanal nesta sexta-feira, 24 de julho, provocando basicamente aumento da nebulosidade . A chance de alguma chuva é baixa, mas o aumento da intensidade do vento preocupa e pode espalhar o fogo no fim de semana.

Uma segunda frente fria deve passar sobre o Pantanal na próxima semana, mas a chance de chuva também é pequena.