[caption id="attachment_514861" align="aligncenter" width="900"] Pessoas nascidas antes de 2001 devem fazer o exame. Foto: Gesiane Medeiros/CDP[/caption]
A partir de hoje (11) até a próxima quinta-feira (14), acontece em Corumbá rodas de conversa e oficinas sobre uma doença pouco conhecida, porém perigosa, a Anemia Falciforme. A discussão é sobre a doença e a participação social para avançar na equidade e atenção a saúde da população negra do estado de MS. Levantamento do curso de doutorado em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste da UFMS, registrou 70 casos da doença no Estado, segundo doutoranda e palestrante, Berenice Assumpção Kikuchi, o número pode ser ainda maior, porém ainda é desconhecido.
Em Corumbá o evento acontece através de uma pareceria da Associação Corumbaense das Pessoas com Doença Falciforme e Outras Hemoglobinopatias (ACODFAL) e a Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo (AAFESP). A prefeitura Municipal de Corumbá também apoia a iniciativa através da Secretaria Municipal de Saúde e de Assistência Social e Cidadania.
Berenice Assumpção, palestrante da oficina “Anemia Falciforme – Participação Social e Políticas Públicas”, explica que em Mato Grosso do Sul, “existe uma taxa elevada de traços, considerado como assintomático, a região onde houve imigração de pessoas com o gene doente, há presença da doença, e atualmente trabalhamos no mapeamento dessas regiões. A partir de 2001, o exame foi implantado no teste do pezinho, por isso é ideal que os nascidos antes dessa determinação, façam o exame para verificar a presença da doença”. Berenice ressalta ainda que, apesar da doença ser geneticamente dos negros, a miscigenação das raças no país, possibilita a presença do gene em pessoas com qualquer cor de pele.
A palestrante explica que crianças com Anemia Falciforme, “apresentam choro continuo, e dores articulares a partir do sexto mês, mais para frente pode desenvolver uma anemia crônica e uma forte tendência a infecções”.
Davi Vital, presidente da ACODFAL, explica que a associação trabalha na assistência as pessoas e famílias que possuem a doença, “atuamos principalmente no esclarecimento de dúvidas, assim como nos encaminhamentos médicos e suporte social, através da secretaria de Assistência Social do Município”.
[caption id="attachment_514862" align="aligncenter" width="900"] Berenice Assumpção esclareceu dúvidas e falou sobre Participação e Políticas Públicas. Foto: Gesiane Medeiros/CDP[/caption]
O que é a Anemia Falciforme
O sangue é composto por células, arredondadas e flexíveis o suficiente para passarem pelos vasos sanguíneos do corpo. Todas as pessoas recebem de seus pais a hemoglobina, chamada (A), como recebe uma parte da mãe e outra do pai, cada pessoa é geneticamente (AA). A anomalia ocorre quando o pai ou a mãe doa uma hemoglobina (S), se tornando assim uma pessoa (SS), com Anemia Falciforme.
O glóbulo vermelho com hemoglobina (S), possui um formato de meia lua ou foice, por isso o nome da doença. Por conta desse formato, a célula tem dificuldade para passar pelos vasos sanguíneos, podendo inclusive amontoar-se umas sobre as outras, atrapalhando a circulação.
Principais Sinais e Sintomas
- Anemia crônica, por destruição antecipada dos glóbulos vermelhos;
- Crises dolorosas: dores nos ossos, músculos, articulações associadas ou não a infecções, exposições ao frio, desidratação, esforços físicos, entre outros;
- Palidez, cansaço fácil, icterícia (cor amarelada visível, sobretudo, no branco dos olhos);
- Úlceras (feridas, em especialmente nas pernas);
- Nas crianças, pode haver inchaço nas mãos e pés muito dolorosos;
- Pode ocorrer, também, sequestro de sangue no baço, causando uma palidez muito grande. Às vezes, desmaios e aumento do baço (é uma emergência);
- Maior tendência a infecções de repetição.
Cuidados Básicos
- Crise dolorosas sempre requer orientação médica;
- As crises leves poderão ser tratadas em casa com bastante líquido, remédios para dor e repouso, após avaliação médica;
- Em caso de febre: procure assistência médica o mais rápido possível para tratar a infecção;
- Em caso de palidez em criança: emergência, procure o Pronto Socorre mais próximo.
Programação11/4: Casa da Cidadania às 19 horas
Roda de conversa - Conquistas e Retrocessos na Atenção à Saúde da População Negra
12/4: Sindicato Rural às 8 horas
Oficina - Anemia Falciforme - Participação Social e Políticas Públicas
13/4: Campus Pantanal UFMS às 8 horas
Roda de Conversa - O quesito Raça Cor - Como norteador de políticas públicas de equidade
13/4: Campus Pantanal UFMS às 10h30
De crianças a adulta com Anemia Falciforme: Superando obstáculos na reinserção social positiva
Exposição dialogada com vídeo-fotografia - AAFESP
14/4: Campus Pantanal - UFMS às 8 horas
Roda de conversa com gestores e público interessado em influenciar na implantação da Lei 2079/2001 MS em consonância com a Portaria GM/MS n° 1.391/2005
14/4: Campus Pantanal - UFMS às 10h30
Sugestão e propostas para avançar na equidade por meio de gestão compartilhada e encaminhamentos