Bernal manda apurar eventuais distorções na folha de pagamento de servidores
12 FEV 2016 • POR Gilmar Lisboa • 19h12
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), autorizou uma devassa na folha salarial dos cerca de 22 mil servidores do município, para apurar supostas irregularidades nos holerites dos funcionários.
É, na concepção do secretário de Planejamento, Finanças e Controle do município, Disney Fernandes, responsável pelo pente fino, a maior fiscalização na folha salarial dos servidores dos últimos 20 anos.
Segundo Fernandes, o último trabalho do gênero foi executado entre os anos de 1994 e 1996, na gestão do então prefeito Juvêncio César da Fonseca.
A devassa de agora, que será iniciada em março, não por acaso, vai esmiuçar as oito administrações do PMDB na Capital, tocadas, respectivamente, pelo ex-prefeito e ex-governador André Puccinelli (PMDB) e pelo ex-prefeito Nelsinho Trad, hoje no PTB. Ambos são ferrenhos adversários políticos de Bernal.
O alvo do pente fino são os servidores concursados do município. Serão verificadas, entre outras coisas, vantagens ilegais supostamente concedidas aos servidores com a finalidade de ampliar seus salários.
Também será conferida a forma como alguns servidores ingressaram no quadro de funcionários da prefeitura, mesmo realizando concurso público – nesse caso se houve o chamado “apadrinhamento” para as contratações.
Fernandes lembra que, na gestão de Juvêncio da Fonseca, o pente fino detectou 8,2% de irregularidades na folha de pagamento. Ele disse que não existem indícios de ilegalidades no quadro funcional, mas que a devassa é necessária para se comprovar eventuais distorções nessa direção.
O secretário falou que eventuais ilegalidades poderão contribuir, além de com economia financeira aos cofres da prefeitura, com a implementação de ferramentas de transparências na seara das futuras contratações no município.
Fernandes lembrou que a devassa vai de encontro também com exigências do Ministério Público Estadual, que recentemente descobriu irregularidades na folha de pagamento de servidores terceirizados, que receberiam salários que poderiam ser pagos apenas a trabalhadores efetivos e do alto escalão da prefeitura.