Nesta quarta-feira, 22, completam um mês que as linhas intermunicipais foram proibidas em Corumbá. Para cumprir o que diz o decreto nº 2.269, onde é estabelecido o fim das atividades de embarque e desembarque nas linhas regulares, assim como ônibus e vans de fretamento, dentro do perímetro urbano da cidade, o terminal rodoviário foi interditado pela Fundação de Turismo do Pantana no dia 23 de março. Acontece que o que era para conter a chegada da Covid-19 na cidade terminou incentivando uma solução clandestina para as pessoas chegarem aos seus destinos. Grupos de aplicativo oferecem viagens intermunicipais livremente, sem qualquer fiscalização, incluindo serviço de entrega para encomendas.
A denúncia chegou ao site Capital do Pantanal que constatou a oferta ilegal das chamadas “Caronas Amigas” para cidades como Campo Grande, Aquidauana, Anastácio e Miranda. Apesar de serem chamadas de “caronas”, é um serviço cobrado, e como tudo que é “pirata” chama atenção pelo preço mais barato. É a falsa sensação de estar na vantagem, quando na verdade está pondo a própria vida em risco, viajando com motoristas não profissionais e sem qualquer seguro legal da viagem.
Nos últimos dias, a prefeitura de Corumbá flexibilizou diversas medidas restritivas como a reabertura das academias de ginástica, o retorno das feiras livre, extensão do horário do comércio local e a volta do público em celebrações e cultos religiosos. Os novos decretos foram estabelecidos com base na segurança de que a Saúde de Corumbá está fortalecida e preparada para atender demandas de infectados pelo novo Coronavírus, com criação de novos leitos e 24 respiradores disponíveis para tratamentos.
Fica a pergunta... Não seria a hora do poder municipal flexibilizar o transporte intermunicipal? A denúncia de viagens clandestinas para destinos em outros municípios mostra que há falhas nas barreiras sanitárias, que não previam tal acontecimento e se concentram em fiscalizar apenas vans, ônibus e caminhões. Esqueceram que brasileiros são famosos por sempre encontrarem um “jeitinho” para seus impedimentos.
A interferência do município se faz necessária para evitar futuros problemas como acidentes fatais e até crimes de contrabando, visto que os clandestinos estão oferecendo serviço de entrega de encomendas. Um motorista comum pode perfeitamente levar droga para outra cidade sem saber o que transporta num pacote “inocente” de uma “carona amiga”.
O que impede a onda de flexibilização beneficiar empresas de transporte intermunicipais regulamentadas que empregam centenas de famílias corumbaenses? Chefes de família estão a manutenção de seus empregos ameaçados pela paralisação. Uma empresa teria todas as condições de assumir compromisso em respeitar normas e seguir viagens com respeito e segurança sanitária.