A servidora pública Raquel Adriana Velasques Portugal, de 43 anos, vai responder pelo crime em liberdade após pagar fiança de dois salários mínimos, no valor de R$ 2.824. Ela foi presa na terça-feira, 25 de setembro, após, mais uma vez, fazer Pix falso para pagar pelos serviços em salão luxuoso no Jardim dos Estados, em Campo Grande. A decisão foi em audiência de custódia realizada na manhã desta quinta-feira, 26.
Raquel foi descoberta após aplicar golpe em profissional da área de harmonização facial; só para o estabelecimento onde cuidava dos cabelos e unhas desde janeiro deste ano fez 65 pagamentos “fake”.
De acordo com nota enviada à imprensa pelo advogado Patrick Xavier da Luz, acionado para representar Raquel, a cliente, que preferiu usar o direito ao silêncio em solo policial, fará os esclarecimentos “em tempo oportuno, durante a instrução do processo judicial”. À polícia, Raquel disse apenas ser hipertensa e ter compulsão por gastos.
A servidora foi pega na terça-feira saindo de salão no Jardim dos Estados. Ela havia praticado a mesma estratégia usada dezenas de outras vezes: editava um PDF com o valor cobrado pelo estabelecimento e enviava comprovante de Pix falso.
Consta no auto de prisão em flagrante que a proprietária do estabelecimento procurou ajuda policial na manhã de terça-feira. Ela relatou que descobriu por profissional da área de harmonização facial que havia uma mulher falsificando Pix na hora dos pagamentos em Campo Grande.
A empresária foi, então, informada que se tratava de Raquel Adriana Velasques Portugal, frequentadora assídua do salão. A contabilidade do estabelecimento investigou e descobriu que dos 72 Pix feitos pela cliente, 65 eram falsos, resultando em prejuízo aproximado de R$ 40 mil. Os valores não haviam sido debitados. No último atendimento, Raquel gastou R$ 788.
Outras vítimas – O Campo Grande News apurou que a mulher fez outras vítimas – são pelo menos sete. No dia 23 deste mês, uma cirurgiã dentista e especialista em harmonização orofacial, entrou com ação de cobrança contra a servidora.
Consta que no dia 2 de agosto, Raquel fez contato para realizar procedimento estético, incluindo aplicação de ácido hialurônico e botox. A cliente fez o pagamento dos procedimentos via Pix, um no valor de R$ 6.100 e outro de R$ 900, no total de R$ 7 mil. O procedimento foi realizado no dia 5 de agosto.
Apesar de ter enviado os comprovantes, não houve o crédito desses valores na conta da profissional. Para a advogada da dentista, a golpista dizia que havia ocorrido algum problema com o banco. Ainda não houve manifestação de Raquel na ação. A reportagem apurou, ainda, que uma fisioterapeuta que também trabalha com harmonização facial teve prejuízo de R$ 13,5 mil. Ela atendeu a mulher no início de setembro e registrou boletim de ocorrência.
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