A servidora pública Raquel Adriana Velasques Portugal, de 43 anos, que foi presa em flagrante nesta terça-feira (24) após aplicar golpes de cerca de R$ 40 mil com Pix falsos em um salão de beleza luxuoso, no Jardim do Estados, em Campo Grande, disse em depoimento que tem compulsão por gastos. Somente neste mês, 7 boletins de estelionato foram registrados contra Raquel.
Acompanhada pelo advogado, a servidora não quis falar sobre os golpes que vinha aplicando, exercendo o direito constitucional de ficar em silêncio. Ela informou apenas que tem hipertensão arterial e compulsão por gastos, tem duas filhas menores de idade, não tem passagem policial e trabalha como técnica ambiental com renda mensal de R$ 5 mil.
Ela passará por audiência de custódia na Justiça nesta quarta-feira, para definir se ficará presa esperando o andamento do inquérito e posterior processo ou se poderá responder em liberdade.
A reportagem entrou em contato com Patrick Xavier Bernardino da Luz, advogado de Raquel, mas ele disse que ia falar primeiro com a família de sua cliente e depois retornaria.
Sobre o caso
À polícia, a proprietária do salão, de 37 anos, contou que, por meio das redes sociais, descobriu por profissional da área de harmonização facial, que havia uma mulher falsificando Pix na hora do pagamento.
Ela, então, perguntou o nome dessa pessoa e foi informada que se tratava de Raquel Adriana Velasques Portugal. Foi então que a comerciante percebeu que Raquel já havia ido em seu salão por diversas vezes. Ao fazer uma planilha descobriu que dos 72 Pix feitos pela mulher, 65 eram falsos, resultando em prejuízo aproximado de R$ 40 mil. Os valores não haviam sido debitados.
A comerciante explicou ainda que o salão só aceita pagamento via QRCode, porém a golpista dizia para as recepcionistas que já tinha cadastrado no celular a chave, dessa forma era mais fácil de falsificar o pagamento.
Ontem, Raquel foi presa ao voltar ao salão para fazer os procedimentos agendados e realizar, novamente, o pagamento falso no valor de R$ 788. A polícia foi acionada no momento em que a estelionatária saía do estabelecimento.
Outro caso
Neste mês, uma cirurgiã dentista, especialista em harmonização orofacial, entrou com ação de cobrança contra a servidora. Consta que no dia 2 de agosto, Raquel entrou em contato para realizar procedimento estético, incluindo aplicação de ácido hialurônico e botox.
A cliente fez o pagamento dos procedimentos via Pix, um no valor de R$ 6.100,00 e outro de R$ 900, no total de R$ 7 mil. O procedimento foi realizado no dia 5 de agosto.
Apesar de ter enviado os comprovantes, não houve o crédito desses valores na conta da profissional. Para a advogada da dentista, a golpista dizia que havia ocorrido algum problema com o banco. Ainda não houve manifestação de Raquel na ação.
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