O número de 10 regiões de Mato Grosso do Sul (MS) com registros de incêndios intensos é mais que o dobro comparado ao início da semana anterior, quando o fogo grave estava presente em quatro regiões do estado.
A comparação é feita com os boletins emitidos pelo Corpo de Bombeiros em 1º e 8 de setembro. O número pode ser maior, já que frentes de combate como a do PrevFogo do Ibama (Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) podem não ser contabilizadas. Essa é atualizada em outro boletim, o do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A última edição saiu em 3 de setembro, e informava haver 14 focos ativos e ainda sem controle, apenas no Pantanal.
Até a noite de 8 de setembro, segundo a corporação militar de Mato Grosso do Sul, pegavam fogo áreas florestais numa serra de São Gabriel do Oeste; uma área com plantio de eucalipto em Água Clara; e em três áreas de Miranda.
Além disso, continuavam ardendo o Paraguai Mirim, no Pantanal de Corumbá; Porto Índio, na fronteira de Corumbá, entre Brasil e Bolívia; Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, em Naviraí, que é uma unidade protegida e utilizada pesquisa científica; em Aparecida do Taboado, numa pastagem próxima à área urbana; em Aquidauana, às margens do rio de mesmo nome e próximo ao Córrego Buriti; em Porto Murtinho, na região do Rio Apa, onde há dois focos; e a região de morraria do Parque Estadual das Nascentes do Taquari, em Costa Rica.
Tempo e seca favorecem
As temperaturas estiveram muito elevadas no domingo, variando entre 35,6ºC e 41,6ºC em 41 municípios monitorados pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul). Para piorar, a umidade relativa do ar atingiu valores baixíssimos nesses lugares, variando de 7% a 15%.
O Inmet alerta que todo o Estado estará sob influência de uma onda de calor até esta quinta-feira (12) e já registra temperaturas até 5ºC maiores que o normal. Os municípios mais afetados por incêndios não têm previsão de chuva até sexta-feira (13), ainda de acordo com o instituto.
Além das condições do tempo, fator que contribui para o fogo se espalhar rapidamente é a seca histórica que atinge o Brasil e, de forma atípica, a região Centro-Oeste, como destacou na semana passada o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Representantes do Ibama e do Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) afirmaram que os incêndios que atingem o Pantanal têm origem antrópica, ou seja, eles não surgiram de forma espontânea. Houve intenção ou algum acidente que os provocaram. Polícia Federal e MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) articulam as investigações no Estado. *Informações do CG News.
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