Uma extensa programação será realizada entre os dias 21 e 23 de novembro para comemorar os 50 anos de tombamento do Forte Coimbra, um dos prédios mais importantes de Mato Grosso do Sul, construído com rocha basáltica (vulcânica), argamassa de saibro e cal.
Conforme o CAU/MS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul), a construção integra a arquitetura militar portuguesa do século XVIII e um dos representantes do bravo passado do povo corumbaense.
Contando curiosidades sobre a construção, o superintendente do Iphan/MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), João Santos, explica que a fortificação é uma das únicas no Brasil que tiveram o chamado batismo de sangue, ou seja, conflitos bélicos.
“As características arquitetônicas e paisagísticas também foram importantes para o primeiro tombamento do Iphan na região sul do antigo Mato Grosso”, descreve.
Mas, antes disso, o Forte nasceu como presídio. Em documento educativo do Exército Brasileiro é narrado que, por ordem do então governador da capitania do Mato Grosso, Dom Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, ele foi construído em 1775.
Localizado às margens do Rio Paraguai, ele ficou em desacordo com o tratado vigente entre portugueses e espanhóis (Tratado de Santo Ildefonso, em que a margem ocidental era dos espanhóis). “Contudo, a posse do território foi mantida, garantindo a colonização dali para o norte colonial”.
Nessa época, a estrutura ainda era simples, feita com madeira. Já em 1791, as mudanças passaram a ser necessárias e, por isso, houve a reconstrução com alvenaria.
Conforme conta o Exército Brasileiro, o Forte foi atacado duas vezes: uma em 1801 quando o então governador de Assunção (Paraguai) estava acompanhado por 800 homens, enquanto o grupo brasileiro tinha 109.
“Apesar da superioridade bélica da força inimiga ser incontestável, a tropa resistiu ao cerco por dez dias e, em seguida, rechaçou o inimigo. O feito daqueles homens ecoou pela Capitania, movimentando as demais guarnições para a defesa da fronteira oeste”.
A segunda vez foi em 1864, durante a Guerra da Tríplice Aliança. Foram 3.200 homens armados. “Com o fim da Guerra da Tríplice Aliança, em 1870, o Forte de Coimbra foi reocupado e reconstruído. No ano de 1907, foi iniciada a construção das atuais instalações do aquartelamento e, a partir de 1908, o Forte foi desocupado. Em 1950, a guarnição ganhou a denominação de 1ª Bateria do 6º Grupo de Artilharia de Costa e Forte Coimbra”.
Mais sobre a história e detalhes serão compartilhados no evento dedicado aos 50 anos do tombamento.
Confira a programação na íntegra:
Dia 21/11 (quinta-feira) – Distrito de Coimbra
17h – Receptivo pelo Exército aos visitantes
18h – Cinema na Praça: “Filhos de Coimbra”
18h20 – Apresentação “Dossiê da Festa Nossa Sra. do Carmo”
18h40 – Apresentação de palestra – Exército
Dia 22/11 (sexta-feira) – Coimbra/Corumbá
9h30 – Visita guiada ao Forte de Coimbra com estudantes
11h – Almoço/retorno para Corumbá
17h – Visitas guiadas ao Instituto Homem Pantaneiro e Casario do Porto
Dia 23/11 (sábado) – Centro de Convenção do Pantanal – Corumbá
08h – Credenciamento e abertura do evento
08h20 – Palestra “Arquitetura Militar Moderna” – Dra. Margareth Escobar Ribas (UFMS)
08h40 – Palestra “O projeto de restauração do Forte de Coimbra” – Ten. Kauanna Lourdes Vasconcelos de Sousa
09h – Coffe break
09h20 – Palestra “A Fortaleza e a Fé” – Msc. Rubens da Costa Marques
09h40 – Debate
12h – Almoço livre
14h20 – Palestra “Plano de conservação do Forte de Coimbra e os desafios para sua gestão” – Msc. João Henrique dos Santos (superintendente do IPHAN/MS)
14h40 – Apresentação “Dossiê da Festa N. Senhora do Carmo” – Msc. Lívia Gaertner (Prefeitura Municipal de Corumbá)
15h – Coffee break
15h20 – Palestra “O Contexto Sociocultural da Festividade de N. Sra do Carmo em Forte de Coimbra” – Dr. Joelson Pereira (UFGD)
15h40 – Debate
16h – Encerramento
*Com informações do IPHAN , CAU-MS e CG News
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