Aeronaves do governo estadual, que combatem incêndio no Pantanal e em áreas do Cerrado de Mato Grosso do Sul, vão começar a lançar água contendo uma substância chamada de retardante de chamas, a partir da semana que vem.
É um produto químico que deixa o jato d'água com cor alaranjada ou avermelhada e produz o efeito de potencializar seu efeito contra o fogo.
Serão feitos testes, inicialmente. Se aprovado, ele poderá ser adquirido e usado na operação contra incêndios em 2025.
O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, durante o boletim sobre incêndios transmitido ontem (10) no canal do YouTube do governo estadual.
"Nós publicamos uma resolução para começar a fazer testes", disse. O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e pesquisadores de universidades vão coordená-los, segundo o secretário.
Regulamentação
"A gente tem sido muito cobrado por não usar retardante. Por que a gente não usa? É porque não existe uma norma específica", justificou Verruck. O Brasil ainda não tem regulamentação sobre o uso desses produtos contra o fogo, ele complementou.
Além de não haver regulamentação ainda, não está definido se o uso pode ter impacto à saúde humana e se é tóxico à fauna e flora. Parecer técnico publicado pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) em 2018 recomenda o usar "apenas em último caso, quando outros meios de combate a incêndios forem ineficientes, seja por escassez de recursos hídricos ou quando o local não permitir fácil acesso para o combate direto das chamas".
"É uma ação inédita de Mato Grosso do Sul para que a gente possa iniciar essa prevenção e esse planejamento para o próximo ano, que inicia já neste", finalizou.
Segundo informou o Corpo de Bombeiros no Estado, até ontem, estavam em uso uma aeronave Pantera do Exército Brasileiro, uma Cougar do Exército Brasileiro, um helicóptero da Marinha do Brasil e uma AirTractor da própria corporação.
Em São Paulo - Na semana passada, o Governo de São Paulo anunciou que também iria testar retardante de chamas.
O produto utilizado "não causa efeitos no solo, plantas e animais e é capaz de combater o fogo cinco vezes mais rápido do que com o uso da água", informou o governo paulista.
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