O reajuste de 96,76% no salário da prefeita de Campo Grande (MS), Adriane Lopes (PP), é um dos assuntos mais comentados nesse inicio de 2025 em Mato Grosso do Sul (MS). O salário de R$ 41.845,62 é tido como o mais alto do Brasil entre os prefeitos das capitais, e a polêmica se dá devido a crise financeira enfrentada pela prefeitura da Capital, onde de acordo com informações divulgadas na mídia, falta remédio, médicos e vagas para consultas, exames e cirurgias na rede pública de saúde.
Embora a Campo Grande tenha 954,5 mil habitantes, a progressista terá salário 10% superior ao valor pago ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que recebe R$ 38.039,38 para comandar uma cidade com uma população de 11,8 milhões de habitantes.
Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro, recebe R$ 35.608,27 para administrar o município com 6,7 milhões de habitantes, 17% superior ao valor pago à chefe do Executivo de Campo Grande.
Conforme o levantamento realizado pelo site Campo Grande News, Adriane Lopes ganha 136% mais em relação ao subsídio de R$ 17.690 pago ao prefeito de Teresina (PI), Silvio Mendes (União Brasil). A cidade piauiense tem uma população do mesmo porte da Cidade Morena, 902,6 mil habitantes.
O prefeito Evandro Leitão (PT) ganha R$ 27.391, metade do valor a Adriane, para administrar Fortaleza (CE), cidade com 2,5 milhões de moradores. João Campos (PSB) recebe R$ 25 mil por mês para administrar Recife (PE), com 1,5 milhão de habitantes.
Marajá
O valor pago a Adriane vai ser o novo teto do funcionalismo público municipal. O aumento de 96,76% vai beneficiar a elite do funcionalismo na Capital, composta por apenas 408 dos 27 mil contratados da prefeitura.
Adriane ganhará mais que o governador Eduardo Riedel (PSDB), que recebe R$ 35.462,63 por mês para comandar 79 municípios e 2,9 milhões de habitantes.
Só que ao contrário do Governo do Estado, que está com o orçamento equilibrado, Campo Grande enfrenta uma das mais graves crises financeiras de sua história. A prefeitura compromete mais de 55% da receita líquida com o pagamento de pessoal e não conta com dinheiro nem para cumprir decisões judiciais, que determinaram o pagamento de adicional de insalubridade aos profissionais da saúde e de periculosidade aos guardas municipais.
Adriane também não cumpriu o Lei do Piso, que prevê o pagamento de 100% do piso nacional para a jornada de 20 horas. No ano passado, ela firmou um acordo com os professores para postergar o cumprimento da legislação.
Além disso, na cidade, existem 67 mil pessoas na fila de espera por consulta médica, exames e cirurgias. Há registro da falta de remédios nos postos de saúde e vagas para doentes em estado grave nos hospitais.
*Com informações do CG News e O Jacaré
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