A operação Hipócrates da Polícia Federal foi deflagrada nesta quarta (17), nas cidades de Corumbá (MS) e Imperatriz (MA). O objetivo era desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Foram empregados 30 policiais federais para o cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Simultaneamente, foram realizados o sequestro de bens móveis e imóveis, o bloqueio de contas e a suspensão da atividade econômica das empresas constituídas pelos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 3ª Vara Federal de Campo Grande (MS).
Durante as investigações, a Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, identificou grupo de pessoas que realizava diversos saques em agências bancárias na área de fronteira em Corumbá (MS) e que, em seguida, atravessam para Bolívia com os valores em espécie, sem declarar. No país vizinho, os investigados depositavam os valores em casas de câmbio nas cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suarez. O esquema criminoso movimentou, em quatro anos, mais de R$90 milhões.
A operação descobriu, ainda, que os investigados possuíam diversas empresas “de fachada”, com a finalidade de movimentar recursos provenientes de crimes diversos, como tráfico de drogas e peculato.
Os investigados poderão responder pelos crimes de evasão de divisas (Art. 22, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86), lavagem de dinheiro (Art. 1º, caput, da Lei nº 9.613/98) e organização criminosa (Art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/13), cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A operação foi denominada “Hipócrates” em referência ao filósofo grego pai da medicina, uma vez que o envio de dinheiro para estudantes brasileiros de medicina na Bolívia era utilizado como justificativa para a remessa ilegal dos valores ao país vizinho. A deflagração de hoje reitera que a atual pandemia não afetou as investigações e ações da instituição, principalmente na repressão aos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas nas regiões de fronteira.