Menu
sexta, 14 de março de 2025
Governo - Dengue - Março 2025
Andorinha - Novembro 2024
Geral

Pesquisa busca identificar o melhor período para o manejo do fogo no Pantanal

Estudo também busca entender o nível regenerador do bioma após o período de incêndios

13 março 2025 - 09h00Redação do Capital do Pantanal

O fogo tem grande relevância para o Pantanal, e por isso existe a necessidade da manutenção de áreas com aplicação de técnicas de manejo integrado e ações preventivas para diminuir a quantidade de biomassa existente na planície, contribuindo para reduzir a probabilidade de ocorrência de grandes incêndios florestais nos próximos meses.

Como parte dessas ações, o Governo do Estado, por meio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) – ligados a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) –, investe e apoia uma pesquisa científica que tem como missão reunir dados e identificar o comportamento do bioma após o período de incêndios.

O estudo é realizado desde 2021, como parte do programa Peld (Pesquisas Ecológicas de Longa Duração) do Nefau (Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas), da UFMS.

O doutor em biologia e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Geraldo Damasceno Júnior explica que "o Pantanal é forjado no fogo, por isso tem resiliência a ele. O bioma tem clima bastante sazonal, seco e chuvoso, com o diferencial da cheia, com campos inundáveis. E se houver fogo, está relativamente bem adaptado. No nosso estudo estamos avaliando o que realmente mudou após o fogo. Algumas áreas se recuperam em dois meses", relata.

Entre os objetivos da pesquisa, está a identificação da melhor época e do intervalo adequado para realizar o manejo do fogo. O pesquisador aponta que no Cerrado a sazonalidade é de dois a três meses, mais ou menos, porém,  no Pantanal ainda não se tem essa informação.

"Muitas coisas mudaram no bioma após o fogo intenso de 2020, e por isso avaliamos a situação no início, meio e fim da estação seca, quais as diferenças em cada período e quando seria ideal fazer a queima de áreas para evitar os grandes incêndios no futuro", explica Geraldo.

O CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar) mantém bases avançadas ativas, em áreas remotas e de difícil acesso do Pantanal, para facilitar o deslocamento das equipes que atuam no controle e extinção dos incêndios. Além disso, é realizado trabalho educativo nas comunidades locais e ações preventivas em propriedades rurais e parques estaduais.

Toda a preparação considera a questão climática no bioma, com chuvas abaixo da média histórica. Dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) apontam déficit de mais de 200 mm, entre os dias 1° de novembro de 2024 e 28 de fevereiro de 2025, em Porto Murtinho e Porto Esperança. A situação crítica foi ainda pior entre 1° de novembro de 2023 e 29 de fevereiro de 2024 – época do período mais chuvoso –, com déficit de 400 mm nos mesmos locais monitorados.

"O ano de 2024 foi o mais crítico quando comparado a este ano de 2025. Porém, as chuvas estão bem irregulares. E a previsão indica que para os próximos meses as chuvas tendem a ficar abaixo da média histórica", afirmou a meteorologista e coordenadora do Cemtec, Valesca Fernandes.

A vegetação do Pantanal de Mato Grosso do Sul, e sua regeneração após o período de incêndios florestais, é o objeto de estudo da pesquisa da UFMS com o objetivo de compreender como o fogo e a inundação – ambos típicos do bioma – podem, a longo prazo, determinar a estruturação dos ambientes nas áreas inundáveis do Pantanal.

Desde 2018, o bioma passa por períodos de estiagem cada vez mais longos e adversos, resultado das mudanças climáticas em todo o mundo.

"Com relação à questão das mudanças climáticas, nos últimos anos o Pantanal tem enchido cada vez menos, e estamos num ciclo grande de seca que não ocorria desde a década de 60. Eventualmente ocorrem secas mais extremas, muito fogo, ondas de calor muito fortes que contribuem para que o fogo se alastre mais. O bioma está nesse ciclo de secas, diferente do ciclo desde 1970 até mais ou menos 2015. Estamos com um período mais seco e não sabemos quanto tempo vai durar", disse o doutor em Ciências e pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Pantanal, em Corumbá, Carlos Padovani.

O uso controlado do fogo, como parte das ações de manejo integrado, também faz parte da pesquisa em andamento. O trabalho prevê o desenvolvimento de ações educativas e de queima prescrita, para diminuir a probabilidade de incêndios florestais.

“A gente tem várias ações de pesquisa, e estamos verificando qual que é o efeito que o fogo tem nas diversas paisagens. Trabalhamos nas áreas de campos inundáveis, que são as principais áreas de uso como pasto. Estamos vendo o efeito disso na flora, fauna – répteis, aves, pequenos invertebrados”, explicou Damasceno.

*Com informações da Comunicação Governo de MS

Receba as notícias no seu Whatsapp. Clique aqui para seguir o Canal do Capital do Pantanal.

 

Deixe seu Comentário

Leia Também

Meio Ambiente
Descarte correto de embalagens de defensivos em MS supera média nacional
Simultaneamente
Aeronaves resgatam idoso de 91 anos e vítima de queda de cavalo no Pantanal
Meio Ambiente
Decreto regulamenta três tipos de créditos para reposição florestal em MS
Geral
Inscrições para o programa Qualifica Ladário estão abertas até sexta, 14
Geral
Igrejas de Corumbá pedem por área específica para batismos religiosos na prainha do Porto
Justiça
TJMS passará a fazer intimação de medida protetiva por WhatsApp
Política
Hesley propõe criação de Banco de Apoio e Incentivo a Inserção no Mercado de Trabalho
Tempo
Quinta-feira segue com tempo nublado e alerta para chuva forte
Corumbá e Ladário têm mínima de 23°C e máxima de 36°C
Geral
Festival do Peixe de Corumbá e Ladário está com inscrições abertas
Geral
Encontro descomplica CCT no setor de hospedagem e alimentação da região

Mais Lidas

Meio Ambiente
Munir determina verdadeira revolução no Meio Ambiente de Ladário
Geral
Igrejas de Corumbá pedem por área específica para batismos religiosos na prainha do Porto
Polícia
Corumbaense preso em operação contra pedofilia integrava grupo com atuação nacional
Política
Servidores são homenageados pelos 50 anos de pesquisa e inovação da Embrapa Pantanal