Este é o terceiro dia de greve nacional na Bolívia. As cidades estão desertas com pontos de bloqueio nas principais vias de passagem e o comércio continua de portas fechadas. A fronteira entre a Bolívia e Corumbá, que está fechada desde o início dos protestos, nesta quarta-feira, 10 de novembro, recebeu caminhões de areia para impedir o tráfego de veículos, a passagem só é possível à pe´.
O Paro Cívico Nacional foi convocado por setores sindicais e transportadores e teve inicio nesta segunda-feira, 8 de novembro, pedindo pela anulação de vários decretos de ordem financeira e também o controle de bens. Protestantes continuam acampados na estrada bioceânica, em Roboré, onde carros e caminhões aguardam por horas até que os manifestantes permitem um intervalo rápido.
A polícia tenta diminuir a foça do protesto, mas até o momento não há indício de desistência por porte do movimento. Vídeo divulgado pela página Roboré News, no facebook, mostra excesso de força por parte dos policiais, que chegou a apontar uma arma para jovem em bicicleta, que não representava nenhum risco nas ruas da capital Santa Cruz.
Exceso de fuerza En Santa Cruz, un uniformado apuntó con su arma a un joven montado en su bicicleta.
Posted by Roboré News on Wednesday, November 10, 2021
As estradas fechadas implicam negativamente na economia, que escoa produtos para importação através das rodovias e fronteiras. E é justamente esse é o ponto que o protesto tenta atingir para obter o que almeja. Atingindo a economia, protestantes tentam chamar a atenção do governo para ceder quando a Lei 1.386 de 22 de outubro de 2021, que faz parte da "Estratégia Nacional de Combate à Legitimação de Lucros Ilícitos e Financiamento do Terrorismo". De um lado, o governo defende que a lei previne e combate a legitimação de lucros ilícitos que possam gerar efeitos negativos sobre a estabilidade econômica e a reputação da Bolívia. Do outro, sindicatos e transportadores acusam o governo usar a lei como forma de perseguição.