A situação na Bolívia parece estar longe de ter um concenso. O movimento pró Paro Cívico convocou apoioadores para uma reunião na Praça de Puerto Quijarro hoje (24), às 16h. Não se sabe o que se esperar desse encontro, pois a região de fronteira está fortemente militarizada e o inicio da Greve, no sábado (22), foi uma desmonstração de que tudo pode acontecer.
Reunião ocorrida no sábado (22) busvava uma negociação entre as partes, porém o governo se manteve irredutível para realizar o Censo em 2023.
Ontem (23), dois homens, Jaime Algarañaz e Ruben Mario Flores, foram detidos acusados de envolvimento na morte de Julio Pablo Taborga, funcionário municipal, morador de Arroyo Concepción, morto na noite de sexta-feira (21), durante o fechamento da fronteira. Para o Comitê Cívico trata-se de sequestro, eles também afirmam que eles não participaram do ato de fechamento da fronteira, estando um deles, Sr. Ruben Mario Flores, em recuperação devido a um infarto sofrido há duas semanas atrás.
Em enfrentamento aos atos de protesto, Grupos de Choque realizam verredura pelas ruas e avenidas bloqueadas pelo movimento, eles desmontam os apoios e afirmam que vão "limpar a cidade".
Líderes do Paro Cívico defendem que o Censo deve ser realizado com urgência, pois o último feito em 2012 já não retrata a realidade, sendo o Estado de Sana Cruz de La Sierra e seus departamentos os mais prejudicados. Na última mediação, Santa Cruz tinha 2 milhões de habitantes, porém de lá para cá, a população cresceu com a migração de pessoas de outras cidades e departamentos da Bolívia, porém o repasse da verba pública se mantém. Com o novo censo sendo realizado, o governo é obrigado a atualizar os investimentos.