Neste domingo, 5, mais um ônibus de fretamento foi interceptado na Barreira Sanitária instalada no Posto Fiscal Lampião Aceso, em Corumbá. Como determinado pelo decreto municipal nº 2.269, de 21 de março, está proibido o embarque e desembarque nas linhas regulares, assim como ônibus e vans de fretamento, dentro do perímetro urbano da cidade. A medida extrema tomada pelo prefeito Marcelo Iunes é preventiva ao Coronavírus.
O ônibus de fretamento de uma empresa de São Paulo, não se sabe se desavisada da nova determinação ou como se diz no popular, “dando uma de João sem braço”, trazia aproximadamente 30 bolivianos. Imediatamente a barreira sanitária composta por uma equipe múltipla da Saúde, Vigilância Sanitária, Polícia Militar e Rodoviária, Postura Municipal e Agência de Trânsito da cidade (AGETRAT), identificaram o veículo e impediram a parada do ônibus em território brasileiro. Como medida de segurança, os estrangeiros foram escoltados até a Bolívia para que não tentassem parar em outro ponto isolado da cidade, longe da fiscalização.
Segundo informações levantadas pelo site Capital do Pantanal este é o quarto ônibus que consegue atravessar Corumbá. A barreira sanitária impede o desembarque dentro da cidade, mas não consegue impedir o transporte que liga o municipio a outras cidades, estados e nem mesmo ao país vizinho, a Bolívia. Empresas continuam circulando e transportando passageiros por Corumbá, a diferença é que sob escolta realizam o desembarque no país vizinho.
Desde a decisão do executivo em isolar a cidade, a rodoviária municipal está interditada. A medida foi tomada pela Fundação de Turismo do Pantanal para fazer valer o decreto que impede o transporte intermunicipal na cidade.
No Brasil, a maioria das cidades estabeleceram regras e normas para controlar o risco de disseminação do vírus. O transporte foi afetado em diversos municípios e as empresas tiveram que se adaptar em um verdadeiro manual de vigilância sanitária para manter o direito de ir e vir dos moradores sem pôr a saúde em risco. Respeitando um número máximo de passageiros, com higienização redobrada e cuidados extras para manter o funcionamento com segurança.
A exemplo do transporte coletivo realizado entre Corumbá e Ladário, cidades tão próximas, que são consideradas irmãs. A empresa Andorinha, presente em território pantaneiro por mais de 50 anos, adotou uma série de medidas para que trabalhadores pudessem chegar até seus empregos em segurança. Além das ações de higienização dos carros, uso de máscaras pelos funcionários, os passageiros são orientados a limparem às mãos assim que saem do coletivo, e a não levarem as mãos ao rosto enquanto estão dentro do ônibus. Entre outras medidas de orientação, a empresa decidiu ajustar os horários dos carros de acordo com a demanda, de modo a impedir aglomerações e evitar superlotação no interior dos ônibus. Desde o dia 27 de março a linha Corumbá X Ladário funciona com sete horários durante o dia.
Um movimento nacional das empresas de ônibus pede por flexibilização nas medidas de enfrentamento ao vírus impostas as empresas de transporte, que dizem entender que o momento não é para turismo, porém viagens emergenciais podem se fazer necessárias mesmo em um momento tão difícil como este. Protocolos e fiscalização severa poderiam ser uma alternativa para que empresas tenham a chance de manter pessoas empregadas com dignidade.