Uma nova exposição de longa duração será inaugurada nesta quinta-feira, 19 de dezembro, no Memorial Homem Pantaneiro em Corumbá (MS), localizado na Ladeira José Bonifácio, 172, no Porto Geral. O Ponto de Memória da história e tradições pantaneiras ganhou uma renovação do seu espaço, que a partir de agora, envolve a representação da mulher pantaneira, utilização de recursos audiovisuais e cenografia totalmente remodelada em um prédio que é Patrimônio Material, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A nova etapa do Memorial Homem Pantaneiro foi viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e teve como apoio a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, autarquia do governo do Estado; e parceria do Instituto Aegea/Ambiental MS Pantanal, ISA ENERGIA BRASIL, Hinove e Fort Atacadista.
A partir do dia 20 de dezembro, o Memorial volta a receber visitantes. A entrada é gratuita e o horário de funcionamento acontece de quarta-feira a sexta-feira, das 15h às 18h30; e aos sábados e domingos, das 8h às 11h. O espaço tem o Instagram @memorialhomempantaneiro e visitas de escolas e grupos podem ser agendadas pelo email [email protected].
A missão do Memorial é estudar, reunir coleções, objetos, testemunhos, além de divulgar e salvaguardar a memória e a cultura material e imaterial da gente pantaneira. Trata-se de um programa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que teve início em outubro de 2019 e as portas do prédio foram abertas, pela primeira vez, em dezembro de 2021.
Para o presidente do IHP, Angelo Rabelo, “as mulheres e homens pantaneiros possuem um jeito muito específico e particular de lidar com a produção e a natureza. Eles chegam a se transformar quase em um só, diante do respeito aos limites e desafios do território. Essa cultura tão rica ensina muito sobre como devemos lidar com nosso Planeta e diz muito sobre a conservação.”
A MS Pantanal tem a honra de contribuir para a revitalização do Memorial Homem Pantaneiro, uma iniciativa essencial à preservação e celebração da rica herança cultural do Pantanal. Gabriel Buim, diretor-presidente da Ambiental MS Pantanal, concessionária do grupo Aegea, destaca que apoiar essa ação representa a reafirmação do compromisso da empresa com a preservação ambiental dos territórios onde atua, fortalecendo, assim, a cultura local.
“Nosso compromisso vai além da universalização do saneamento básico no Mato Grosso do Sul. Estamos comprometidos com as comunidades dos territórios onde estamos inseridos, pois acreditamos que iniciativas como essa inspiram as futuras gerações a respeitar e cuidar do Pantanal, promovendo um legado de conservação e valorização do que temos de mais precioso”, ressalta Buim.
Conceitos da exposição
O processo de remodelação interna para permitir essa nova exposição de longa duração teve início em março de 2024. Foi preciso fechar as portas para o público pelo período de cerca de 10 meses para que ocorressem as reformas necessárias.
O Ponto de Memória, que foi reconhecido em 25 de julho de 2023 pelo Instituto Brasileiro de Museus por atender os critérios estabelecidos pela Portaria Ibram n. 579/2021, vai permitir ao público visitante a possibilidade de conhecer mais sobre o Pantanal a partir de vários elementos.
No circuito de visitação que foi criado estão objetos pessoais que remetem à ocupação dos pioneiros no sistema de produção de gado no território. Tem também a exemplificação sobre a fé e a música e como elas se manifestam até hoje. Os povos originários e pessoas de outras nacionalidades também compuseram esse mosaico pantaneiro e estão representados no espaço cultural. A mulher pantaneira faz parte dessa construção e vai ter voz ativa para contar sobre a história de ocupação e conservação ao longo dos séculos.
O historiador Juliano Borges, que concebeu o projeto conceitual, explica que o Memorial permite uma fluidez no trabalho para garantir que haja a nova exposição de longa duração e outras atividades também vão acontecer no espaço. “O conceito de memorial é diferente de museu. O memorial não tem uma obrigação científica de contar e explicar uma história. Ele homenageia alguém, um lugar, um conteúdo ou uma população. Ele tem mais obrigação com a poesia, com o lúdico. O memorial deve emocionar. Pode haver várias exposições temporárias neste espaço, com temas específicos.”
Novos espaços e cenografia
O Memorial Homem Pantaneiro ocupa o prédio da Casa Vasquez & Filho, que é o maior do Porto Geral de Corumbá, construído no século XIX e que superou a presença da Guerra do Paraguai na região (1864-1870).
O arquiteto Ricardo Oliveira Alcarpi, responsável pela nova cenografia, comenta que a acessibilidade é um dos pontos dessa estrutura remodelada. Agora o prédio passa a contar com banheiro, um elevador para acesso ao segundo piso e rampas para permitir a entrada no espaço. O mezanino de mais de 5 metros e com mais de 100 anos de construção também ganhou uma nova função para impressionar os visitantes.
Além disso, diante de suas cinco portas de mais de 6 metros de altura, o Memorial vai ter uma entrada alterada para instigar a visitação. “Antes, as portas estavam sempre abertas e a luz do dia entrava até o fundo. Agora foi criado um hall de entrada. A pessoa que estará na rua não vai ver tudo que tem lá dentro, queremos que ela entre para descobrir o que está na exposição.” *Informações da Assessoria do IHP
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