Ministras receberam atualizações sobre a situação dos incêndios no Pantanal. (Foto: Clóvis Neto/PMC)Em visita à Corumbá nesta sexta-feira, 28 de junho, as Ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Orçamento e Planejamento do Brasil, Simone Tebet, chegaram no aeroporto internacional da cidade ainda no período da manhã, foram recebidas pela comitiva do governo estadual, incluindo o próprio governador Eduardo Riedel. De lá, realizaram sobrevoo de reconhecimento sobre as áreas atingidas e depois seguiram de carro para a Base Militar da Marinha do Brasil, em Ladário.
Na Marinha, as ministras conheceram o Gabinete de Crise montado pela instituição militar, que entrou na operação conjunta a partir do pedido de apoio realizado pelo Ibama, ainda na primeira quinzena de junho. Mais de 200 militares estão em diferentes regiões do Pantanal combatendo focos de incêndio, enquanto outros permanecem no Gabinete de Crise, monitorando os focos e coordenando a ação de brigadistas do Prevfogo e dos navios militares no Pantanal.
Marina Silva reconheceu e parabenizou o esforço e atuação conjunto da Marinha, Bombeiros e Prevfogo na operação, que ela chamou de "verdadeira força-tarefa". A ministra destacou ainda as mudanças que o governo federal tem realizado na contratação de brigadistas, que todos os anos trabalham de maneira temporária no combate aos incêndios por seis meses. Marina explica que não é possível manter os brigadistas em atuação durante todo o ano porque eles não são concursados, porém, de maneira inédita, o governo federal está diminuindo o interstício para apenas 3 meses e recontratando aqueles que já atuaram em operações anteriores para diminuir o tempo de treinamento, dessa maneira, a responta a demanda do Pantanal se torna mais rápida.
"Desde que iniciamos a gestão, mais 46 reuniões foram realizadas com grupos específicos para criar o ambiente que hoje temos aqui, esse ambiente não é corriqueiro. Estamos fazendo um trabalho integrado nunca antes visto. Isso aqui é a minha vida, entramos no Ministério do Meio Ambiente com uma estrutura precária, porém com esforços do Ibama, ICMBio e outras instituições estamos conseguindo dar suporte à essa operação, e mesmo com todo esse esforço, percebemos que somos uma gota de água no oceano. Se não pararem de atear fogo, fica impossível de ser administrado", alerta Marina.
Após a visita na Marinha, a comitiva seguiu para o quartel do Corpo de Bombeiros, onde foi apresentado o atual parâmetro da situação dos incêndios no Pantanal.
Brigadistas do Prevfogo/Ibama também participaram da ocasião nesta manhã. Foto: Clóvis Neto/PMCO meteorologista do Centec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), Vinícius Sperling, alertou que a situação de seca em Corumbá se estabeleceu em pleno "período de chuva" no Pantanal. De acordo com Vinícius, já são 73 dias sem chuva na região e essa ausência, aliada as fortes ondas de calor é o que cria o ambiente propício para grandes incêndios como os que ocorrem neste momento.
A tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Tatiana Inoue, ressalta que já são quase 90 dias em operação. "Após o período de planejamento, iniciamos a Operação Pantanal 2024 em 2 de abril com as etapas de preventivas e de preparação das 13 bases avançadas em pontos estratégicos do Pantanal. Hoje estamos na fase de combate aos incêndios com a utilização de tecnologias e diferentes plataformas para direcionar da melhor maneira a atuação em campo".
O governador Eduardo Riedel destacou que não seria possível atingir a magnitude da operação se não tivesse o apoio e integração de todas as instituições envolvidas. "Agradeço muito as ministras, ao governo federal e todos os envolvidos que atuaram com pronta resposta nessa operação. Nossa obrigação é ajudar a mobilizar no sentido de buscar e permitir essa pronta resposta", disse o governador.
Gabinete de Crise montado na Marinha em Ladário monitora e orienta os militares e brigadistas do Ibama no Pantanal. Foto: Clóvis Neto/PMC Também presente, o prefeito Marcelo Iunes lamentou o poder do fogo. “Infelizmente, há muita área queimada. Graças a Deus, tarde ou não, estão ampliando o trabalho para evitar mais fogo, porque o Pantanal está em chamas, porém bem mais controlado que uma semana atrás, principalmente aqui nessa região em frente à cidade, ao Porto, do outro lado do rio. Uma cena triste, mas com essa ação chegando agora acredito que dá para ajudar a parar com as queimadas”, destacou Iunes.
Na coletiva, as ministras Marina da Silva e Simone Tebet afirmaram que não faltarão recursos para que a operação seja efetiva. "O nosso presidente Lula garantiu orçamento para o trabalho de prevenção e para o combate.”, pontuou as ministras.
A coletiva foi transmitida ao vivo pelo canal do governo do estado no You Tube.
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