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Influenciadora digital vence doença rara em Corumbá

03 julho 2023 - 08h59Gesiane Sousa

Pessoa pública em Corumbá, empresária e influenciadora digital com mais de 10 mil seguidores no Instagram, Vaneza Sahily, de 35 anos, vivia feliz junto a família, sem suspeitar que havia sido contaminada por protozoário, causador de uma doença rara. 

Foi durante exame de ressonância para tratar uma lesão no ombro, em dezembro de 2022, que o médico percebeu um cisto em um de seus pulmões. A partir desse alerta começou a dificultosa trajetória para obter o diagnóstico correto e o tratamento adequado. 

Em Corumbá e Campo Grande, nenhum médico conseguiu chegar a um parecer. Foi somente em São Paulo, com a médica pneumologista Drª Carmem Valente, que o diagnóstico para Hidatidose Humana foi definido. Doença rara e pouco conhecida, a hidatidose humana é causada pelas larvas imaturas do Echinococcus Granulosus.

Cisto removido do pulmão direito de Sahily media aproximadamente 5 centímetros de diâmetro. Foto: Arquivo Pessoal

A porta de entrada dos protozoários ao corpo humano pode acontecer através do contato com animais que sejam portadores da doença ou pelo consumo de carnes. No caso de Vaneza, a família chegou testar o pet de estimação e carneiros da criação da família, porém todos deram negativos em exames. A médica explicou que seria difícil precisar a origem, já que poderia ter ocorrido por meio de hábitos comuns, como o consumo de carne mal passada, por exemplo. Por isso o alerta para cuidados com a saúde ao consumir carne animal, buscando por produtos de boa procedência.

Sahily não apresentava sintomas e tudo parecia muito normal em sua rotina diária, sem nada que alertasse para alguma doença. Vaneza afirma que se não fosse a lesão sofrida durante um treino de Beach Tennis, ela talvez não tivesse conseguido o diagnostico a tempo da cura.

Apesar de ser uma pessoa pública na cidade, a influenciadora conta que naquele momento preferiu não divulgar o assunto nas suas redes. “Era o momento de permanecer recolhida junto a minha família, com foco total no tratamento. Foram longos cinco meses de muita apreensão, mas Deus me abençoou para que hoje eu pudesse contar a minha história como superação, alertando pessoas que possam estar passando pela mesma situação”, diz Vaneza emocionada .

Entre a fisioterapeuta Corine e a pneumologista Carmem Valente uma semana após a cirurgia de remoção do cisto. Foto: Arquivo Pessoal

O tratamento em São Paulo iniciou com 21 dias de medicamentos para eliminar os protozoários que estavam alojados no pulmão direito de Sahily, após essa primeira etapa, foi marcada a cirurgia, que aconteceu em 17 de abril deste ano, no Hospital Albert Einstein, com 7 horas de duração, realizada pelo cirurgião torácico Dr. José Ribas Milanez. Sahily explica que a cirurgia de remoção do cisto, que media aproximadamente 5 centímetros de diâmetro, foi delicada, e que durante o procedimento foi necessário retirar 12 centímetros do seu pulmão. A perda do lobo superior do órgão felizmente não trouxe prejuízos à vida de Sahily, que segue com sua rotina normalmente, mantendo sua prática de esportes, que tanto gosta.

Ao Capital do Pantanal, Vaneza disse que seu maior medo durante o tratamento era o de morrer e deixar seus dois filhos pequenos. “Tive muito medo de ser diagnóstica com câncer, mas felizmente a biópsia não acusou material malígno, respirei aliviada”.

À exemplo da dificuldade que Vaneza teve para chegar ao diagnóstico da Hidatidose Humana, a Drª Carmem Valente, que é professora na Universidade de São Paulo (USP), decidiu intensificar o estudo da doença junto aos estudantes de medicina, para que estejam mais preparados quando se depararem com pacientes desse quadro clínico.

Vaneza hoje celebra a vida ao lado da família e relata que os momentos difíceis que enfrentou fortaleceu sua fé. “Quando descobri a doença, estava afastada de Deus, havia perdido minha mãe para Covid em 2021. Porém as vezes não entendemos os propósitos de Deus em nossas vidas, hoje acredito que tudo pode ter acontecido para eu sentir que ele está sempre junto de nós”. 
 

Sobre hidatidose humana

A hidatidose costuma começar sem sintomas e assim pode perdurar por anos. O espaço de tempo entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas habitualmente é de alguns anos. Os sinais e sintomas que se apresentam dependem da localização e tamanho dos cistos.

A hidatidose geralmente começa no pulmão e pode se espalhar para outras partes do corpo. Quando o fígado é afetado, o paciente pode sentir dor abdominal, perda de peso e ficar com a pele amarelada, devido à icterícia. A forma pulmonar da doença pode causar dor no peito, falta de ar e tosse.

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