O departamento de Santa Cruz, na Bolívia, entrou oficialmente em seu terceiro dia de greve cívica por tempo indeterminado exigindo o censo em 2023 e ao contrário dos dois primeiros dias, esta segunda-feira (24) é o primeiro dia em que a população assalariada volta ao trabalho, por isso o movimento nas ruas é maior. Mas não só isso, grupos de choque começaram a se mobilizar em ônibus, junto com a Polícia, para montar pontos de bloqueio.
Por volta das 7h de hoje (24), grupos chegaram ao segundo anel viário e à avenida El Trompillo, nas instalações da cooperativa de água (Saguapac). Lá eles lançaram fogos de artifício, jogaram pneus e atearam fogo neles, além de pichar e avisar que outras instituições de serviços básicos, além do Governo, fariam o mesmo.
"Vamos desbloquear a cidade inteira, vamos aonde tivermos que ir, mas vamos limpar a cidade inteira”, disse um dos “desbloqueadores”.
A fronteira de Puerto Quijarro com o Brasil, por Corumbá, permanece fechada e militarizada. Durante todo o final de semana, o clima se manteve tenso no local.
Desde a madrugada, foi observado muitas pessoas concentradas na avenida Cristo Redentor, bloqueando as ruas. É o mesmo lugar onde na noite de domingo (23) o cidadão e o governador Luis Fernando Camacho fizeram um chamado para manter os pontos de bloqueio, pois para eles não há sinais de que o diálogo seja restabelecido devido à prisão de três pessoas em Puerto Quijarro, acusadas de supostamente participar da morte de um manifestante. Além das ameaças de cercar a cidade, feitas por setores ligados ao partido no poder.
"Não vamos nos sentar em mesas técnicas porque isso já aconteceu. Podemos nos sentar, sem problemas, quando revogarem o decreto (4760)", exclamou Camacho ontem à noite e lembrou todos os pedidos de diálogo que foram rejeitados. Ele também pediu ao presidente Luis Arce que pare de enviar "pessoas incompetentes", aludindo aos ministros de Estado, que mantinham reuniões com as autoridades.
"Só com vocês nas ruas vamos vencer", exortou Fernando Larach, primeiro vice-presidente do Comitê de Santa Cruz. Entretanto, o segundo vice-presidente cívico, Stello Cochamanidis, reforçou o apelo à população para que ros pontos de bloqueio e se concentrem na luta pelo recenseamento.
A Polícia acompanha os grupos de choque e não os detiveram quando danificaram a fachada da instituição ou quando atiraram fogos de artifício às pessoas que faziam vigília exigindo que o recenseamento fosse realizado em 2023 e não em 2024 como pretende o Governo.
* Com informações do El Deber