Conforme prometido por manifestantes, a fronteira entre Corumbá e Puerto Quijarro (Bolívia) amanheceu fechada neste sábado (22). A mobilização acontece do lado boliviano, onde a população exige a antecipação em um ano do censo demográfico marcado para 2024.
Puerto Quijarro fica no departamento de Santa Cruz. O último levantamento foi realizado há mais de uma década, o que impacta na distribuição de recursos e de cadeiras no Congresso.
O início do primeiro dia da greve cívica que exige um censo em 2023 foi marcado pos confrontos ocorridos em Puerto Quijarro. Alguns pretendiam bloquear a Ponte Internacional que liga o país ao Brasil e outros se opuseram a medida.
Os dois grupos se enfrentaram usando pedaços de madeira, pedras e fogos de artifício, relatos afirmam que duas pessoas ficaram feridas e uma delas perdeu a vida em tratamento no hospital Príncipe de Paz, segundo informou o Coronel Nelson Pacheco ao jornal boliviano El Deber.
A vítima foi identificada por Julio Pablo Taborg, funcionário municipal. Segundo moradores, Julio foi atingido na cabeça por um pedaço de madeira quando tentava impedir o fechamento da ponte. Essa versão ainda não foi confirmada pela polícia.
Existe uma divergência entre os que protestam contra o governo, pedindo pela realização do Censo em 2023. Parte do grupo é a favor do paro cívico por tempo indeterminado, ao contrário dos comerciantes que pedem por diálogo, mantendo a fronteira aberta.
Ontem (21), a Confederação de Empresários Bolivianos (CEPB), aclamava por um canal de negociação entre o governo e os manifestantes, a esperança era de que até o último momento, uma das partes cedesse para dialogar, porém pelo fechamento da fronteira e noite conturbada em Puerto Quijarro, a investida dos empresários não surtiu efeito.
Vídeo enviado por leitor ao Capital do Pantanal mostra a tensão e gravidade do confronto de ontem a noite em Puerto Quijarro.