Nesta sexta-feira, 27 de setembro, a organização não governamental de defesa ao Meio Ambiente, Ecoa, publicou artigo abordando estudos climáticos que indicam relação direta entre fase neutra dos fenômenos El Niño e La Niña com a redução de chuvas no Pantanal. A Ecoa defende que estudos como estes são necessários para o Pantanal, e indicativos mostram que deve ser considerado o que ocorre no oceano Pacífico.
Nos últimos dez anos, os três períodos mais secos foram observados na bacia do rio Paraguai e no Pantanal: 2013/14; entre 2019 e 2020 e agora em 2024. A partir de observações simples e diretas se encontram coincidências de períodos de neutralidade entre os fenômenos El Niño e La Niña. O ano de 2024, com a fase neutra sendo observada desde junho, se caracteriza como um dos mais secos na bacia do rio Paraguai.
A publicação “ENSO: Recent Evolution, Current Status and Predictions” do Climate Prediction Center (CPC)/NOAA dos Estados Unidos, distribuída no dia 23/09 mostra que os fenômenos de mudança de temperatura da superfície do mar no “Pacífico Equatorial Centro-Leste” apresentaram ‘valores La Niña’ pela primeira vez em 2024 e conclui que é de 71% a chance para o fenômeno se consolidar entre setembro e novembro.
Esperamos que venham chuvas consistentes, como ocorreu a partir de 2021/22.
O que são El Niño e La Niña
El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que influenciam significativamente o clima global, especialmente através da variação das temperaturas do Oceano Pacífico. O El Niño está associado a um aumento atípico da temperatura da superfície do oceano na região equatorial, afetando as condições climáticas e causando, em muitas regiões, secas severas. Por outro lado, a La Niña é caracterizada pela diminuição dessa temperatura, levando a um aumento das chuvas em algumas áreas.
Esses fenômenos se alternam em ciclos que normalmente duram de 3 a 7 anos, gerando impactos distintos nas diferentes regiões do mundo. No Brasil, por exemplo, a La Niña tende a trazer chuvas intensas para o Norte e Nordeste, enquanto provoca secas no Sul. O El Niño, por sua vez, causa secas no Nordeste e mais chuvas no Sul, evidenciando a complexidade de suas influências climáticas.
Suas influências no Pantanal
No Pantanal, a interação desses fenômenos é crucial para a dinâmica hídrica da região. Anos de El Niño trazem mais chuvas e potencializam as inundações, enquanto a La Niña pode resultar em períodos de estiagem severa. Essa oscilação nos ciclos de chuva e seca tem implicações diretas nos incêndios florestais e na saúde dos ecossistemas locais, demandando monitoramento constante. *Com informações da Ecoa.
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