Fomentar os sonhos, estar atento para observar as oportunidades e se engajar em comunidade foram ações trabalhadas pela metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) aplicada na Rede Municipal de Ensino de Ladário. O trabalho foi desenvolvido, pela primeira vez, com os estudantes por meio do eixo “Empreendedorismo na escola” do programa Cidade Empreendedora, executado pelo Sebrae/MS em parceria com a Prefeitura Municipal.
A iniciativa envolveu estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental de três unidades escolares e, na última sexta-feira (24), as crianças apresentaram à comunidade os produtos criados em sala de aula por meio da metodologia durante a “Feirinha do JEPP”. Ao todo, 880 estudantes participaram da ação, sendo 149 na Escola Municipal Irmã Régula; 290 na Escola Municipal Marquês de Tamandaré; e 441 na Escola Municipal Professor João Baptista.
Segundo a gestora estadual do programa Educação Empreendedora do Sebrae/MS, responsável pelo eixo “Empreendedorismo na Escola” que pertence ao Cidade Empreendedora, Priscila Veloso, o Sebrae capacita os professores para que a metodologia seja aplicada em sala de aula e a feirinha é a celebração desse trabalho que visa fomentar uma cultura empreendedora entre as crianças. “A ação vem estimular a confraternização entre a comunidade escolar e é um momento que representa todo o trabalho que os professores desenvolveram com os alunos no decorrer do ano. Os estudantes têm a oportunidade de vender os produtos e ter a vivência do que é o empreendedorismo”, explicou Priscila.
A secretária municipal de Educação de Ladário, Elizama Medina D’Ávila, visitou as escolas que promoveram a feirinha e pontuou que o projeto criou uma amplitude maior de horizontes no trabalho educacional da rede. “Nós já trabalhamos no currículo a educação financeira, mas quando a gente fez essa parceria junto com o Cidade Empreendedora, o programa trouxe o JEPP para dentro das escolas, envolvendo os professores e alunos. A gente percebe o envolvimento da família e de todos os servidores da unidade escolar. É uma excelente parceria, que vem para agregar e demonstrar esse sentimento de pertencimento da comunidade, da família e dos servidores no estabelecimento de metas e planos para os nossos alunos”, descreveu a secretária.
Fomento ao empreendedorismo
Para os estudantes que participaram da metodologia, além de conhecimento, o trabalho ajudou no desenvolvimento de novas habilidades, como bom relacionamento, planejamento e trabalho em equipe. A metodologia também fomentou uma cultura empreendedora nas escolas. Segundo a aluna do 5º ano da Escola Municipal João Baptista, Juliana Cristina da Silva Vasconcelos, de 11 anos, a experiência foi muito positiva. Ela trabalhou o tema “Cores e sabores” e na feirinha estava vendendo gelatina. “Nossa, eu queria aprender mais, tudo isso me motivou bastante a crescer”, comentou.
Já Thamires Fernandes da Silva, de 11 anos, que estuda na mesma escola, destacou que as atividades mostraram a ela como é possível produzir e converter conhecimento em ações práticas. “Eu gosto de aprender sobre como é que a gente pode ser uma empreendedora. Fiquei toda feliz para poder fazer as coisas”, declarou.
Para outros estudantes, como Brenda Julia Correa de Aquino, de 11 anos, a metodologia trouxe o empreendedorismo como uma possibilidade de carreira. Ela disse que as aulas a ajudaram a ter confiança para traçar um projeto futuro. “Quero ser influenciadora digital, ter minha marca de maquiagem, meu marketing, ser conhecida no YouTube, no TikTok, ser uma famosa. O que a gente fez aqui, estudou no livro, com a professora, ensinou a gente a pensar em muitas coisas”, pontuou Brenda.
A professora Lucileide Rodrigues Calças, que trabalha há 27 anos na educação, enfatizou a possibilidade de as crianças reafirmarem a capacidade que cada uma tem em ser produtiva e acreditar nos sonhos. “Nesse projeto, nós descobrimos muitas coisas, como motivar a independência das crianças. A gente trabalhou com as crianças e com as famílias. Nesse mundo que a gente está vivendo, muitos perderam os sonhos e a gente mostrou que as crianças precisam continuar construindo os sonhos delas. Foi um despertar”, esclareceu a professora.
Durante a Feirinha do JEPP, as escolas ficam com as portas abertas para receber pais e familiares das crianças participantes. Bruna Raquel Miranda, 29 anos, levou o filho mais novo e foi acompanhar o de 6 anos, chamado João, que estava apresentando produtos de horta que estavam à venda. Ela ressalta como o trabalho impactou positivamente no desenvolvimento do filho. “Ele expandiu o conhecimento dele nessa perspectiva de plantas, de cheiros. E quando ele ficou sabendo da feira, ele ficou muito interessado e eu fico muito feliz porque se ele está feliz, eu estou feliz”, comemorou.
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