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Geral

Escolas se reinventam no combate à ansiedade, depressão e suicídio

10 setembro 2020 - 15h00Redação Capital do Pantanal

Considerada “o mal do século” por muitos especialistas da saúde, a depressão tem colocado em cheque algumas das principais bases da civilização ocidental. A preocupação é ainda maior quando são consideradas apenas as novas gerações, que têm apresentado  distúrbios de ansiedade, depressão e até tendências suicidas, cada vez mais cedo.

Para se ter um breve resumo do cenário, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 16% das doenças e lesões em crianças e jovens entre 10 e 19 anos são ocasionadas pelas condições de saúde mental, sendo a depressão e o suicídio as principais causas de morte. Estima-se, ainda, que entre 10% e 20% dos adolescentes passem por problemas psicológicos no mundo. 

Os estudos sobre o impacto da pandemia nestes números ainda não são conclusivos, mas, ao que tudo indica, o atual contexto deve estar contribuindo para uma piora considerável neste cenário, que já não era nada bom.

Neste contexto, as escolas e sistemas de ensino estão cada vez mais atentos às suas práticas pedagógicas, a fim de oferecer mais ferramentas para que seus estudantes lidem com suas emoções de maneira mais saudável. Entre as práticas que mais vão ganhando corpo nos colégios brasileiros, estão a meditação mindfulness (atenção plena) e a inclusão da educação socioemocional na grade curricular.

Para Ligia Cavalaro, Diretora do Sistema Piaget, sistema de ensino presente em mais de 250 escolas do país, cada vez mais escolas têm procurado essas soluções. “Temos percebido uma preocupação cada vez maior, por parte dos gestores dos colégios, em oferecer mais recursos para que seus estudantes lidem melhor com suas emoções. É importantíssimo que haja essa consciência, mas isso é só o começo”, observa Ligia.

Para ela, a implementação dessas ferramentas precisa ser acompanhada de uma mudança na mentalidade e na cultura das escolas. “Muitas escolas acabam gerando ainda mais pressão nas crianças e adolescentes, reproduzindo um discurso que faz com que a autoestima destes estudantes esteja condicionada aos seus resultados e suas notas. Por mais que a prática da meditação e a educação socioemocional se mostrem eficientes para preservação da saúde mental, é preciso que as escolas também passem por uma mudança cultural, valorizando as dimensões sociais e emocionais dos seres humanos, tanto quanto o conteúdo curricular”, analisa.

 

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