Nesta terça-feira, 12 de novembro, data em que é comemorado o Dia do Pantanal, o bioma conhecido por ser a maior área inundável do planeta, não tem motivos para celebrar.
Nos últimos anos, foram registradas queimadas e incêndios de larga escala que destruíram grande parte da fauna e da flora do Pantanal, agravando o risco de extinção de algumas espécies de animais e à degradação do solo. Segundo o pesquisador em geociências, Marcus Suassuna, o ano de 2021 foi registrado como o ano mais seco da história, juntamente com 1964 e 1971.
Ações como a extração ilegal da madeira, a pesca predatória e a preparação do solo por meio das cinzas das queimadas agravam o cenário nacional do bioma brasileiro e contribuem para o efeito estufa e o aquecimento global.
Em Mato Grosso do Sul, os esforços para impedir o avanço das queimadas no bioma uniram instituições de diferentes esferas de poderes. Milhares de recursos foram enviados pelo governo federal para custear o trabalho das equipes atuantes, o governo estadual tem prestado apoio logístico, financeiro e social, além de instituições não governamentais, que atuam prestando assistência as famílias ribeirinhas, que sofrem com o período de seca severa.
De acordo com dados do mais recente levantamento do MapBiomas, divulgado nesta terça-feira, 12, as cheias estão cada vez menores, enquanto as secas se tornam mais prolongadas, o que tem favorecido incêndios mais intensos no Pantanal. Entre 1º de Janeiro a 25 de setembro deste ano, mais 1,4 milhões de hectares já foram destruídos pelo fogo no Pantanal de MS, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A análise da série histórica, de 1985 a 2023, mostra uma redução na área alagada e um aumento no período em que o bioma permanece seco. Em 2023, a área alagada foi de 3,3 milhões de hectares, 38% menor do que em 2018, quando o Pantanal registrou a última grande cheia, cobrindo 5,4 milhões de hectares. Essa área já era 22% mais seca que a de 1988, a primeira grande cheia registrada na série histórica, com 6,8 milhões de hectares. Em 2023, a redução de água foi de 61% em relação à média histórica (1985-2023).
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