Nesta sexta-feira, 04 de outubro, foi celebrado o dia do Homem e da Mulher Pantaneiros. A proposta surgiu a partir de esforços da Sociedade de Defesa do Pantanal (Sodepan), em meados de 1980. Atualmente, a data serve para relembrar os esforços necessários para a conservação do Pantanal feito por homens e mulheres que habitam esse território.
Sua primeira celebração ocorreu na fazenda Rodeio, na Nhecolândia (município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul). Essa propriedade rural está na planície pantaneira e foi um dos primeiros locais de criação de gado no pós-Guerra do Paraguai, ou seja, é uma fazenda com história centenária.
Na época da criação da data, o Pantanal estava em guerra diante da ação de contrabandistas de peles de jacarés. A intenção da Sodepan foi revigorar o sentimento de pertencimento e valorizar as tradições pantaneiras.
Nos tempos atuais, agora em 2024, também existe uma emergência que é encarar as mudanças climáticas e focar em ações de conservação para mitigar os efeitos causados por extremos.
Em termos de legislação, a lei ordinária n. 3596, de 12 de dezembro de 2008, instituiu em Mato Grosso do Sul a Semana de Valorização da Cultura Pantaneira, que ia do período de 4 a 10 de outubro. Em 2009 ela sofreu alteração pela Lei n. 3791, de 25 de novembro de 2009, e passou a ser entre 12 a 18 de novembro. Em Mato Grosso, a Lei n. 5.835, de 3 de outubro de 1991, instituiu o Dia do Homem Pantaneiro para aquele estado.
Um dos registros principais para se celebrar a data é a questão do ser humano viver no Pantanal de forma intensa e envolvendo a coexistência entre natureza e produção econômica há 286 anos, completados agora em 2023. O primeiro registro oficial de atividade pecuária em terras pantaneiras data de 1737, conforme informações da Sodepan.
O mapa de cobertura vegetal dos biomas do Brasil realizado pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA) aponta que o Pantanal é considerado o ecossistema mais conservado do Brasil, com a maior percentagem de cobertura vegetal nativa (86,8%) e menor área com ação antrópica (11,5 %). Ao mesmo tempo que existe essa conservação, 95% da região é constituída de propriedades privadas, das quais, 80% da área é utilizada para bovinocultura de corte. O ecoturismo vem, a partir dessa década, despontando para também servir de produto econômico sustentável no bioma.
Outra característica é que Corumbá, considerada a Capital do Pantanal, concentra 44% do território no Brasil. Além disso, é na cidade onde está o Memorial do Homem Pantaneiro, um programa criado pelo IHP para valorizar a cultura e as tradições desse território. O espaço é aberto para visitação, tem entrada gratuita, e funciona de terça a sexta, das 15h às 18h, e aos domingos, das 9h às 12h. O Memorial do Homem Pantaneiro é reconhecido pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) como Ponto de Memória.
Por conta da atividade econômica estar em coexistência com a conservação, existe uma tradição em se aliar o homem e a mulher pantaneiros com a manutenção da natureza. Nesse ponto, vem outro tópico dessa história.
Ponto de memória
Em Corumbá (MS), um dos espaços para valorizar essa riqueza cultural é o Memorial do Homem Pantaneiro (Ladeira José Bonifácio, 172, Porto Geral), que fica no prédio histórico Vasquez. Reconhecido como Ponto de Memória, o espaço tem entrada gratuita e apresenta exposição permanente de itens que remontam à tradição rural pantaneira.
O Memorial passa por remodelação do espaço físico para incluir e valorizar a mulher pantaneira ao longo da história. A reinauguração vai acontecer neste segundo semestre de 2024. Essa remodelação é apoiada com recursos financiados via Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, Governo Federal. São parceiros nessa nova etapa Ambiental MS Pantanal/Aegea, ISA CTEEP, Hinove e Fort Atacadista (Grupo Pereira).
Dia Mundial do Animal e da Natureza
Também na mesma data, 04 de outubro, é celebrado em mais de 35 países o Dia Mundial do Animal e da Natureza. A Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente apontou que a data foi criada com o intuito de incentivar a reflexão sobre o cuidado com os animais, preservação e a importância e influência que eles têm na vida das pessoas.
A data foi instituída em 1930, em homenagem a São Francisco de Assis, que era um protetor dos animais e faleceu em dia 4 de outubro de 1226. A celebração do Dia Mundial da Natureza ganhou representatividade a partir de 1978, após a Unesco criar também a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Nesse documento, há entendimento sobre o respeito e a proteção dos animais pelo homem.
Não existe uma afirmação que comprova a ligação entre o Dia do Homem Pantaneiro com o Dia Mundial da Natureza, mas ambas as datas buscam a coexistência e o respeito ao planeta e às suas riquezas naturais. *Informações da Assessoria do IHP.
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