O dia de 21 de setembro, data em que Corumbá celebra aniversário, sempre foi motivo de orgulho e alegria para os corumbaenses, afinal, a Cidade Branca, possui belezas naturais exuberantes, fauna singular e valores histórico-culturais riquíssimos. Porém, de uns anos para cá, o corumbaense tem tido cada vez menos motivos para sorrir. São episódios de uso indevido do dinheiro público, obras inacabadas, descaso na saúde, pontos turísticos abandonados e muitos outros exemplos, que levam o Capital do Pantanal, site de notícias com quase 20 anos de uma trajetória jornalística crítica e de personalidade, a fazer a seguinte pergunta: O que o Corumbá tem para comemorar nos seus 245 anos de fundação?
O município que possui 96.268 habitantes, conforme o último Censo do IBGE, e a terceira maior arrecadação de ICMS do Mato Grosso do Sul (MS), enfrentou episódios recentes de falta de UTI móvel para levar pacientes da rede pública para Capital. Pessoas com risco de saúde tiveram que contar com a solidariedade da cidade vizinha, Miranda, para serem transportados.
Nesta semana, chegou ao conhecimento do Capital do Pantanal, que o município alugou duas ambulâncias. Porém, se para a saúde, a opção foi de alugar veículos, para a locomoção de secretários e do próprio prefeito, Marcelo Iunes, a opção foi comprar carros de luxo. De acordo com publicação de maio deste ano, da Secretaria Municipal de Gestão e Planejamento, o resultado de registro de preços para compra de veículos tipo passeio e utilitário, para atender as demandas das secretarias, fundações e agências da Prefeitura Municipal de Corumbá, por um período de 12 meses, foi de R$ R$2.944.500,00.
Ainda na área da saúde, há reclamações sobre falta de remédio na Farmácia Municipal e problemas na Santa Casa, um mal já recorrente. Entra ano, sai ano, e o único hospital da cidade não sai da situação de dificuldade financeira.
Além da crítica situação da saúde, devemos lembrar que os uniformes e materiais escolares da Rede Municipal de Ensino foi entregue com atraso neste ano. Os aproximadamente 16 mil alunos da REME só receberam os kits no mês de maio.
Obras importantíssimas para a cidade estão inacabadas. A exemplo do Centro Integrado da Saúde e as reformas no prédio da Saúde da Mulher. As obras no posto João de Brito, no bairro Aeroporto, também estão paradas.
O cenário de abandono também se repete na Cacimba da Saúde, no Armazém da Nob, na antiga ferrovia, no Mirante da Capivara e no bondinho, que foi inaugurado em maio de 2022, com investimento de R$ 1.479.627,35 do PAC Cidades Históricas do Governo Federal, via IPHAN, além de recursos próprios do município, porém, está parado.
Apesar de obras sendo realizadas na cidade, vários bairros não possuem se quer uma área de lazer com condições razoáveis para uso. A sinalização viária e as informações expostas ao turista estão mal conservadas e desatualizadas. Falta iluminação pública em vários espaços turísticos, como o Porto Geral, que fica na escuridão quando o dia se vai e a noite chega.
Não é de se estranhar, que a contagem populacional do Censo 2022 tenha identificado redução de 11% no número de habitantes da cidade. Os corumbaenses estão saindo de sua cidade natal em busca de mais oportunidades de trabalho e dignidade para suas famílias.