Marido e mulher, moradores de Ponta Porã, cidade a 323 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai, foram presos pela Polícia Federal acusados de serem os donos de uma carga de 400 quilos de cocaína, apreendida em março do ano passado em Itapetininga, interior de São Paulo.
A prisão ocorreu terça-feira (21) em Rondonópolis (MT), onde o casal é conhecido por ostentar nas redes sociais com joias caras, carrões e muita badalação. Durante a investigação, os policiais descobriram que o casal chegou a gastar R$ 50 mil em uma festa.
Os traficantes, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos por agentes da Polícia Federal em Ponta Porã com o apoio da delegacia da PF em Rondonópolis. O casal era procurado pela Justiça paulista.
Segundo a PF, os presos são naturais de Ponta Porã e de acordo com a investigação da polícia paulista e da PF são os verdadeiros proprietários da cocaína, produtos químicos e maquinários utilizados no refino de entorpecentes, de R$ 110 mil em espécie, além de armas de fogo e munições, que estavam na posse de dois indivíduos em uma mansão, na cidade de Itapetininga.
A PF informou que os detidos lideravam um complexo esquema de tráfico internacional de drogas na fronteira entre Brasil e Paraguai. A cocaína era comprada em território paraguaio e encaminhada, via terrestre, até o município de Dourados.
De Dourados, a droga era escondida em caminhões e carretas e seguia para o interior de São Paulo, normalmente para Itapetininga e Americana, de onde era distribuída para traficantes do estado paulista.
“Os indivíduos presos hoje desfrutavam de uma vida luxuosa, exibindo-se em redes sociais portando joias e frequentando restaurantes e hotéis de alto valor. Estima-se uma festa patrocinada por ambos, realizada no início de 2017, tenha custado mais de R$ 50.000,00”, afirma a PF. O alto padrão de vida e aparente inexistência de origem lícita de patrimônio chamou a atenção da polícia.
Imóveis em Dourados – Os investigados são acusados de lavar dinheiro do tráfico comprando imóveis de alto padrão, principalmente no município de Dourados. Os imóveis eram registrados em nome de “laranjas”. Também eram movimentadas altas quantias em contas bancárias abertas em nome de terceiros.
Segundo a PF, para dificultar a atuação dos órgãos públicos de segurança, os dois utilizavam documentos falsos e passaram a tentar justificar a origem dos valores que sustentavam o alto padrão de vida alegando serem empresários do ramo de transportes.
Recentemente, os investigados passaram a negociar carregamentos de cocaína em Corumbá, na fronteira com a Bolívia. A PF descobriu que o casal teria alugado um imóvel em Rondonópolis e pretendia alugar um galpão, onde seria montada uma transportadora.
Na casa onde os traficantes estavam morando no interior mato-grossense, a PF encontrou joias e outros itens luxuosos, como relógios e óculos, documentos falsos e uma pistola calibre 380.
Os dois vão responder por tráfico internacional de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e posse irregular de arma de fogo, cujas penas somadas chegam a 33 anos de prisão.