Tem quem correu onde era para caminhar, para se desafiar. Tem quem só de sair da cama, já se sentiu um vitorioso. O percurso de 5 quilômetros da Corrida do Pantanal, realizada no domingo, 22 de setembro), no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, traz desde histórias de superação da depressão até de casal que aproveitou a oportunidade para fortalecer anos de casamento.
Do total de 25 mil inscritos no evento, quase 10 mil foram para participar da caminhada. A concentração preencheu com uma onda verde o parque mais arborizado da Capital. Para aquecer e animar os atletas, os instrutores do Sesi iniciaram a manhã com aquecimento. A largada foi dada pelo vice-presidente da Fiems, Crosara Júnior, e o diretor de Negócios da Rede Mato-grossense de Comunicação, Antônio Alves.
“É um evento da indústria de Mato Grosso do Sul com a TV Morena. A indústria que traz prosperidade. A indústria que está mudando Mato Grosso do Sul, trazendo melhores empregos e que pode fazer eventos como esse. Começamos em 2009, com a Volta das Nações, e agora é a Corrida do Pantanal. É o maior evento do tipo no centro-oeste, com 25 mil corredores”, destacou Crosara.
A diversidade e a inclusão são uma das grandes marcas do evento e estão refletidas nos rostos dos participantes. Além disso, a relação com o esporte como instrumento de qualidade de vida é uma constante nos relatos.
O desafio de superar a depressão une as histórias da servidora pública, Silvina Larson de Souza, 52 anos, e da aposentada Guaraci Barbosa, 60 anos, que se conheceram no evento.
”Eu estava parada há quatro anos, quando resolvi retomar os exercícios físicos há quase um ano e meio. Além de conseguir controlar a minha pressão alta, eu reduzi a dose do remédio para depressão. Indico a todos fazer exercícios. É a melhor coisa do mundo”, destaca Silvina.
Guaraci também está participando pela primeira vez da corrida. Estar sozinha, não serviu de desculpa para não participar. Ela e Silvia realizaram o percurso juntas. “No ano passado, eu estava muito depressiva, tomando remédio e emagreci demais. Agora, além da caminhada, encaro duas horas quase diárias de academia. Foi ótimo para minha saúde”.
A caminhada também serviu de palco para histórias de amor. O casal Caroline Assumpção, 37 anos, Augusto Assumpção, 42 anos, está há 11 anos juntos e tem três filhos. Eles garantem que se desafiar nos esportes pode servir para revitalizar a relação e cruzaram a linha de chegada de mãos dadas.
“Colocamos a corrida como meta para 2024. Nos inscrevemos na caminhada, mas neste período já conseguimos completar uma corrida de 10 km”, relembrou Augusto.
Já Carolina, enumera os benefícios que o esporte trouxe para suas vidas. “Melhora o psicológico, o corpo, é uma oportunidade de socialização com a galera, além de ajudar a melhorar a relação entre o casal”.
Oportunidade para quem cuida se cuidar
As irmãs Marcilene Colman, 53 anos, e Arlene Colamn, 64 anos, também foram parceiras na caminhada. Exercitar-se tornou-se algo fundamental na rotina delas nos últimos anos. “Eu pratico muitos esportes, mas a caminhada é um grande incentivo, principalmente para mim que sou da terceira idade”, explica Arlene.
Cuidadora de idosos, Marcilene destaca que o trabalho acaba se tornando um incentivo. “Já sou de uma família de esportistas, mas ver quantos problemas de saúde podem ser evitados no futuro, é o que mais me motiva. Faz muita diferença a questão da saúde e do bem estar. Durmo melhor. O esporte na nossa vida tem um papel essencial”.
Os três filhos, de 8, 9 e 12 anos, não foram empecilho para que a técnica de enfermagem Cristiana de Oliveira Silva, de 36 anos, participasse do evento. Na edição deste ano, ela optou por fazer da corrida um evento de família. “Neste ano, eles pediram para vir. Para mim, foi um desafio. Até me inscrever para a corrida do ano passado, eu não fazia esporte nenhum. Era sedentária. Desde então, comecei a fazer caminhadas pelos bairros e agora também faço pilates. Foi um grande incentivo”.
Na linha de chegada, também tinha história de cuidado. O pequeno Gael não fez todo o percurso, mas foi com tênis e meias iguais aos do pai para recepcioná-lo. O empresário Renato Vieira da Rocha, 46 anos, afirma que o esporte mudou a sua vida e quer passar essa mensagem desde cedo para o filho. “Ganhei qualidade de vida, perdi 25 quilos, além de me ajudar muito psicologicamente”.
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