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Alunos desenvolvem projeto e conhecem a realidade das comunidades quilombolas

31 agosto 2017 - 14h17Assessoria Câmara Municpal de Corumbá

Setenta alunos do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Maria Helena Albaneze tiveram a oportunidade de conhecer duas das três comunidades quilombolas existentes, e já reconhecidas, em Corumbá. Durante toda a manhã desta quinta-feira, 31, eles trocaram os bancos escolares por uma aula ao ar livre, conhecendo um pouco mais de povos específicos que contribuíram no desenvolvido da região pantaneira.

Setenta alunos sairam da sala de aula para conhecer de perto a realidade da comunidade Quilombola de Corumbá. Foto: Divulgação/Câmara de Corumbá

A aula foi mais uma etapa do Projeto 40 anos de MS que os alunos dessa instituição de ensino estão trabalhando já há três meses. “A culminância será em outubro, data em que o Mato Grosso do Sul completa 40 anos”, revelou a professora de sociologia Noélia Virgínio da Silva, destacando a importância dessa etapa – Antropologia e a Cultura e Corumbá – para que “todos possam conhecer os povos que estão inseridos aqui”.

A professora destaca o apoio que a direção da escola (diretora é Rosemeire Vitório) tem dado ao projeto. Ela cita que, após as comunidades quilombolas, o grupo vai conhecer a realidade das famílias que trabalham no aterro sanitário, uma das últimas etapas antes da culminância em outubro.

E nesta etapa, a direção da escola e os alunos contaram com as presenças Ednir de Paulo, presidente do Instituto de Mulheres Negras de Corumbá e Ladário (Innegra); Luzia Ozório, representante da Coordenação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do MS; Maria Angélica Amorim, da coordenadoria municipal de Promoção da Igualdade Racial, e do vereador e presidente da Câmara, Evander Vendramini.

Ednir é reconhecida pelo seu trabalho à frente da comunidade negra corumbaense e ladarense. Trabalhou, ao lado de outros parceiros, no reconhecimento de três Comunidades Quilombolas da cidade, Campos Correia, Ozório e Maria Tenório, e está buscando agora, a oficialização de mais uma, na região ribeirinha.

Na visita à Comunidade Campos Correia, ela lembrou o período da escravidão no Brasil e fez um relato de uma parte da “história meio esquecida do povo negro” na região. Enalteceu a inciativa da escola em idealizar este projeto que está permitindo aos alunos, conhecer estes povos, o modo de vida e os locais que habitam.

Evander também elogiou a iniciativa e deixou claro que a Câmara será sempre parceira de ações como esta, principalmente envolvendo estudantes. “Este projeto está permitindo a estes alunos a oportunidade de conhecer a cidade, seus habitantes, a realidade local. Muitos não sabem de onde viemos e estes alunos estão tendo a oportunidade de conhecer nossas origens”, pontuou.

Na primeira comunidade visitada, o grupo foi recebido pelos moradores tendo à frente Paulo Correia, presidente da Comunidade Campos Correia. “Nasci e vivo aqui há 40 anos (completa no dia 7 de setembro). Está sendo muito bom receber estes alunos que estão tendo oportunidade de conhecer famílias tradicionais das comunidades quilombolas”, ressaltou. A comunidade conta com 27 famílias.

Ozório

Já na comunidade Família Ozório, os alunos tiveram a oportunidade de um contato com parte das 37 famílias que sobrevivem da agricultura familiar (trabalham a terra na produção de verduras – principalmente - e mandioca). Luzia Ozório e outros integrantes da comunidade, apresentaram os mais diferentes canteiros da horta às margens do Rio Paraguai.

Ela explicou que a comunidade conta também com pescadores. E isto fez com que a família visualizasse um novo projeto, produção de alevinos. “Isto já está em andamento e tempos apoio da Secretaria Especial de Agricultura Familiar da Prefeitura”, lembrou.

A comunidade Campos Correia, visitada pelos alunos, viveu o período da escravidão. Foto: Divulgação/Câmara Corumbá

Durante a aula ao ar livre nas duas comunidades, os alunos conheceram também os problemas que afetam as famílias que habitam as duas regiões vizinhas, cujo acesso é facilitado por trilhas que ligam a parte alta às margens do rio.

O primeiro problema enfrentado foi a dificuldade de acesso à comunidade Campos Correia. No local, as famílias não contam com serviços públicos básicos como energia elétrica, água potável, coleta de lixo, entre outros. Na região da Alameda Vulcano, onde reside a comunidade da Família Ozório, os problemas também são enormes.

“São duas comunidades que enfrentam problemas e que precisamos buscar resolver. São serviços básicos como água, luz e coleta de lixo. Vamos buscar soluções para isto, inclusive em relação ao acesso à comunidade Campos Correia, onde nem entrega de gás acontece. É preciso buscar na rua mais próxima, a Geraldino Martins de Barros, cerca de 100 metros do local onde as famílias residem”, afirmou Evander Vendramini.

 

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